FUTEBOL NACIONAL

‘Pelé do Nordeste’ marcou mais de 500 gols e quase jogou no Cruzeiro

Simão Teles Bacelar, o Sima, tornou-se um dos maiores goleadores do futebol brasileiro defendendo equipes nordestinas

Simão Teles Bacelar, o Sima, marcou mais de 500 gols em duas décadas como jogador profissional. Conhecido como “Pelé do Nordeste”, o ex-atacante se destacou principalmente por times de seu estado de origem, o Piauí, onde nasceu no dia 7 de março de 1948, no município de Miguel Alves, a 118 quilômetros da capital Teresina.

De 1966 a 1987, Sima passou por 11 clubes – Piauí, Moto Club-MA, Bahia, Tiradentes-PI, River-PI, Rio Negro-AM, Leônico-BA, Flamengo-PI, Ferroviário-CE, Sergipe e Auto Esporte-PI – e representou diversos combinados e seleções municipais/estaduais.

Por dez vezes, o atacante terminou o Campeonato Piauiense como artilheiro. Na melhor participação, em 1977, fez 33 gols e conquistou o título defendendo o River.

A capacidade para chutar de qualquer distância rendeu a Simão Bacelar a alcunha “Pelé do Nordeste”, alusiva a Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, camisa 10 do Santos e da Seleção Brasileira e maior jogador de todos os tempos (1.283 gols).

O site Futebol 80 listou 550 gols de Sima. Foram 185 pelo River, 172 no Piauí e 93 com a camisa do Tiradentes. O craque ainda balançou a rede por Auto Esporte (30), Ferroviário (12), Bahia (10), Flamengo-PI (10), Moto Club (9), Leônico (2) e Sergipe (2).

Em competições, o “Pelé do Nordeste” contabilizou quase a metade dos gols no Piauiense: 265. Chamam também a atenção os 54 tentos no Campeonato Brasileiro: cinco pelo Piauí, 18 pelo Tiradentes, 26 pelo River e cinco pelo Auto Esporte.

Sima, ex-jogador do River do Piauí

Sima quase jogou no Cruzeiro

Em entrevista ao site Museu da Pelada, em setembro de 2017, Sima relembrou a ocasião em que esteve perto de jogar no Cruzeiro. A possibilidade surgiu em 1977, ano seguinte ao do primeiro título do time celeste da Copa Libertadores.

Naquela época, a diretoria mineira buscava um sucessor para Dirceu Lopes, segundo maior artilheiro da história do clube, com 228 gols em 610 jogos. De acordo com Sima, a transferência não ocorreu por decisão do River.

“Até hoje o Dirceu (Lopes) me pergunta o que aconteceu. Ele diz que todos já estavam me esperando lá em Minas, mas eu não apareci. A negociação não deu certo. Acho que o clube dificultou a minha liberação, mas isso faz parte da vida”, disse.

“O que eu mais ouvia do presidente era que se eu fosse vendido a torcida mataria ele”, completou o ex-atacante, a respeito de sua permanência na equipe do Piauí.

Em 1977, Sima marcou 44 gols – o dobro de Eli Carlos, artilheiro do Cruzeiro naquele ano, com 22. Além dos 33 no Piauiense, fez sete no Brasileirão e quatro em amistosos. Outras épocas expressivas do atacante foram 1970 (42 gols) e 1979 (40 gols).

Homenagens

Após encerrar a trajetória nos gramados, em 1988, Sima continuou jogando bola na várzea. Ele também foi instrutor de futebol para crianças e adolescentes e teve uma empresa no ramo de material esportivo.

Até hoje, o “Pelé do Nordeste” recebe homenagens. Na mais recente, em março de 2025, o ex-jogador ganhou uma placa e uma camisa personalizada do Piauí Esporte Clube pelo aniversário de 77 anos.

“Sabemos que valorizar a história e os ídolos é essencial para manter viva a identidade do clube, do futebol do Piauí e principalmente, inspirar novas gerações”, escreveu a agremiação nas redes sociais.

Sima recebeu homenagem do Piauí pelo aniversário de 77 anos (foto: Aldo Carvalho/Piauí EC)

Feitos de Sima

Títulos

  • Campeonato Piauiense: 1966, 1967, 1968, 1969 (Piauí), 1974, 1975 (Tiradentes), 1977, 1978, 1980 (River) e 1983 (Auto Esporte)
  • Taça Estado do Piauí: 1968 (Piauí)

Artilharias

  • Campeonato Piauiense: 1968 (10 gols), 1969 (12 gols), 1970 (21 gols), 1971 (16 gols), 1974 (15 gols), 1975 (17 gols), 1977 (33 gols), 1978 (24 gols), 1979 (27 gols) e 1983 (22 gols).

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