O comentarista Caio Ribeiro, do grupo Globo, criticou jornalistas esportivos que utilizam o espaço na mídia para defender uma ideologia. O ex-jogador da Seleção Brasileira disse que já enfrentou problemas por discordar de certos posicionamentos e destacou que prefere não falar sobre esse assunto na TV, embora também tenha suas convicções políticas.
“Acho que é pouco inteligente, se você é de direita ou de esquerda em um mundo tão polarizado, onde todo mundo tem razão, é pouco inteligente você levantar uma bandeira. Segundo, porque tem uma coisa que me incomoda, porque jornalista gosta de dizer que jogador tem que ter opinião, mas quando a opinião do jogador é diferente da dele, ele (jornalista) bate no jogador. Então, isso não é liberdade de expressão”, disse Caio, em entrevista ao canal do comunicador Alê Oliveira, no YouTube.
“E eu penso completamente diferente: se eu quero que você emita opinião, eu posso dialogar com você, eu quero ouvir seu ponto de vista, e isso me trouxe alguns problemas na televisão que eu não concordo. Quando eu não concordo, eu me posiciono. Então, você nunca vai me ver falar de política, você nunca vai me ver defendendo Bolsonaro ou Lula, levantando bandeira de direita ou de esquerda, isso não significa que eu não tenha as minhas convicções, as minhas ideias. Adoro sentar com pessoas que pensam diferente de mim e trocar ideia, porque é enriquecedor, ele vai me fazer refletir, vai me fazer pensar, acho que isso é muito bacana desde de que você respeite o cara que pensa diferente de você”, afirmou.
Caio criticou parte da cobertura da imprensa esportiva, mas não citou nome de nenhum jornalista.
“O que eu vejo hoje na televisão, em grande parte dos jornalistas, é uma militância. Se você não pensar como ele, você vai tomar porrada. Isso eu não concordo. Vamos conversar em alto nível? Você dá seu ponto de vista, eu dou meu ponto de vista e deixa o telespectador julgar. Eu cobro que o jogador tem que se posicionar, eu falo que ele é um influenciador, um formador de opinião, que ele alavanca essa geração e, na hora que ele se posiciona de forma diferente do que eu penso, vou lá e bato nele. Desculpa, isso não é liberdade de expressão, isso é tirania”, desabafou.
Caio ainda defendeu que os profissionais com intenções políticas deixem a imprensa esportiva. “Tem muito jornalista que não fala mais de futebol e só fala de política, ele usa do crachá para defender uma ideologia. Cara, você não tem que estar na TV, você não tem que estar numa transmissão de futebol, você tem que estar num palanque”, finalizou.
