O futebol brasileiro vive um momento de intensas transformações, e poucos personagens têm protagonizado esse cenário com tanto impacto quanto John Textor. Dono da SAF do Botafogo, o empresário americano fez declarações polêmicas que colocam o Bahia, clube controlado pelo poderoso Grupo City, no centro de uma discussão urgente: o futuro competitivo do Brasileirão. “Se não fizermos nada agora, o Bahia ganhará 17 de 20 Brasileirões no futuro”, afirmou Textor. A frase, provocativa, acende o alerta sobre a desigualdade financeira no futebol nacional.
“Eles vão ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos”
Durante entrevista ao quadro Abre Aspas, Textor criticou o poderio financeiro do Grupo City, controlado pelos Emirados Árabes Unidos, que agora investe pesadamente no Bahia. Segundo ele, a chegada do “dinheiro do petróleo” ao Brasil pode criar um abismo entre clubes. “O Bahia vai comer nosso almoço”, disparou, reforçando que Salvador, com sua estrutura e atrativos, pode se tornar a nova capital do futebol brasileiro.
Vale destacar que, apesar das críticas, Textor elogiou os profissionais do Manchester City. Por isso, o ponto de discórdia não é a competência do grupo, mas sim a desigualdade que o capital estrangeiro pode causar.
A solução de Textor
Além disso, Textor defende a criação de um teto salarial como forma de evitar o domínio absoluto de clubes altamente financiados. Isso porque, segundo ele, a medida pode equilibrar a disputa e proteger a integridade do campeonato. Sendo assim, afirma: “Se não fizermos algo agora sobre um teto salarial, o Bahia vai ganhar todos os campeonatos por 20 anos consecutivos”.
Crítica ao modelo europeu de Fair Play Financeiro
Curiosamente, por outro lado, o empresário se mostra contra o modelo europeu de Fair Play Financeiro. Para ele, o sistema “é construído para manter os grandes times grandes, e os pequenos, pequenos”. Dessa maneira, Textor acredita que esse tipo de regulamentação não funcionaria no Brasil, pois impediria clubes menores de crescer. “Desse jeito, você sempre vai ter o Coritiba na parte de baixo da tabela”, alertou.
Documentário e denúncias
Cabe ressaltar que Textor também revelou que está finalizando um documentário sobre o Brasileirão de 2023 e voltou a levantar suspeitas sobre manipulações de resultados. Com isso, segue firme em sua cruzada contra o que chama de perseguição do STJD e dos dirigentes que, segundo ele, resistem a mudanças estruturais.
Portanto, o debate proposto por John Textor expõe um dilema crescente: como tornar o futebol brasileiro financeiramente competitivo e justo sem sufocar a ascensão de novos projetos ambiciosos, como o do Bahia? A resposta, ao que tudo indica, ainda está em jogo.