MORTE DE DIOGO JOTA

A declaração de Abel Ferreira, do Palmeiras, sobre a tragédia com Diogo Jota

O atacante do Liverpool e seu irmão, André Silva, morreram na madrugada desta quinta-feira em um grave acidente na Espanha

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, se pronunciou com forte emoção diante da morte dos portugueses Diogo Jota e André Silva, ocorrida na madrugada de quinta-feira (3). Por meio de uma publicação nas redes sociais, o treinador lamentou profundamente o falecimento dos irmãos, vítimas de um grave acidente de carro em Zamora, na região norte da Espanha.

Em sua conta no Instagram, Abel publicou uma imagem dos dois em preto e branco e escreveu: “As palavras serão sempre escassas para exprimir o que nos vai no coração. Que Deus possa confortar o coração de todos! Descansem em paz, Diogo e André!”.

O treinador também alterou sua foto de perfil para o símbolo de luto, como forma de homenagear os compatriotas.

Posteriormente, em entrevista coletiva na véspera de Palmeiras x Chelsea pela Copa do Mundo de Clubes da Fifa, nos Estados Unidos, Abel trouxe uma reflexão sobre a fragilidade da vida.

“É incrível quando acordas e vês notícias como esta, mas assim é a vida. Muitas vezes, digo aos meus jogadores que devemos viver o aqui e o agora. Desfrutar do momento, ser agradecidos, porque nunca sabemos o que nos traz o amanhã. Estamos todos na fila, a sorte é que a gente não sabe quando”.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, sobre a morte de Diogo Jota

Ligação pessoal com o Penafiel

O impacto da notícia foi intensificado pelo vínculo afetivo de Abel com André Silva. O meio-campista atuava no Penafiel, clube da segunda divisão portuguesa onde o técnico iniciou sua carreira como jogador. Assim, a tragédia teve um peso ainda maior.

O Penafiel, como o próprio treinador já declarou em outras ocasiões, é sua equipe do coração.

“Futebol cria laços. Em tragédias assim, é como se fosse nossa família”, publicou Abel, refletindo sobre a dimensão humana que ultrapassa o ambiente competitivo do esporte.

Detalhes do acidente e comoção geral

Diogo Jota defendia o Liverpool e a Seleção Portuguesa - (foto: GABRIEL BOUYS / AFP))
Diogo Jota defendia o Liverpool e a Seleção Portuguesa(foto: GABRIEL BOUYS / AFP))

O acidente ocorreu por volta de 0h30 (horário local). Segundo a Guarda Civil da Espanha, um pneu do veículo estourou durante uma ultrapassagem, fazendo com que o carro saísse da pista. Na sequência, o automóvel pegou fogo. Quando os agentes chegaram ao local, os dois ocupantes já estavam sem vida.

Diogo Jota, atacante do Liverpool e da seleção portuguesa, havia se casado recentemente, em 22 de junho. Tinha 28 anos, três filhos e vinha de conquistas importantes, como o título da Premier League e da Liga das Nações.

André Silva, de 25, completava sua terceira temporada pelo Penafiel e conciliava a carreira esportiva com os estudos. Era formado em gestão e havia fundado uma empresa com o irmão.

Palavras de respeito e reconhecimento

Hélder Cristóvão, treinador do Penafiel, exaltou as qualidades pessoais de André. “Mais do que o jogador de futebol, temos de falar da pessoa. Um menino muito bem formado. Acabou de tirar o curso de gestão da universidade. Nunca deixou os estudos”, afirmou o comandante, em entrevista à SportTV+.

Clubes e atletas também prestaram homenagens. O Porto, que revelou os dois nas categorias de base, declarou luto oficial e enviou condolências públicas: “É com choque e profundo pesar que enviamos as sentidas condolências à família e amigos do Diogo Jota e irmão André Silva”.

Companheiro de seleção, Cristiano Ronaldo também se pronunciou: “Ainda agora estávamos juntos na Seleção, ainda agora tinhas casado. À tua família, à tua mulher e aos teus filhos, envio os meus sentimentos e desejo-lhes toda a força do mundo”.

Dor que atravessa fronteiras

A manifestação de Abel Ferreira representa o sentimento de luto que se espalhou pelo futebol internacional. Técnico vencedor no Brasil, ele usou sua visibilidade para expressar solidariedade e recordar a ligação emocional com o clube onde André atuava.

A homenagem deixou claro que, para além da competitividade dos gramados, há laços construídos por histórias, afetos e origens comuns.

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