Recém-aposentado do futebol, o ex-árbitro Felix Brych considerou Neymar como um ‘jogador lendário’ em simulações de falta. Na visão do alemão, os semblantes exagerados de dor do craque brasileiro sinalizavam a inexistência de infrações nas jogadas.
“Neymar era praticamente lendário, mas eu já estava habituado a ele. Quanto mais ele contorcia a cara de dor, mais eu deixava o jogo seguir. Um jogador que sofre com dores fortes fica imediatamente no chão, não se revira indefinidamente no gramado”, declarou Felix Brych, em entrevista à revista alemã Focus.
“Muitas vezes interpretava a reação dos jogadores que me rodeavam para saber se tinha sido ou não falta. Se olhavam primeiro para mim, não podia ser tão grave. Se a preocupação com o colega de equipe ou a reação ao adversário fosse maior, as coisas eram diferentes”, explicou o ex-árbitro de 49 anos
“Ao longo do tempo, os jogadores aperfeiçoaram a arte de simulação. Mas, com o VAR surgiu, ficou mais difícil para eles”, concluiu.
Carreira de Felix Brych na arbitragem
Advogado de formação, Felix Brych começou a carreira na arbitragem em ligas amadoras da Alemanha, em 1999.
Em 2004, Brych começou a apitar na Bundesliga. Três anos depois, ingressou no quadro internacional da Fifa.
No currículo, o alemão tem os Jogos Olímpicos de Londres (2012), a Copa das Confederações (2013) e duas edições da Copa do Mundo (2014 e 2018). Ele também arbitrou em duas Eurocopas (2016 e 2020).
As finais da Liga dos Campeões 2016/2017 (título do Real Madrid sobre a Juventus) e da Liga Europa (vitória do Sevilla contra o Benfica) estão entre os principais jogos apitados pelo alemão.
Curiosamente, apesar dos 26 anos dedicados à arbitragem, Felix Brych nunca trabalhou em um jogo do Bayern, maior clube da Alemanha. Por ter nascido em Munique, ele era impedido de ser escalado em partidas de equipes da cidade.