O Brasil surpreendeu o universo do futebol feminino ao passar por cima da Espanha, atual campeã mundial, na semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris. No Stade Vélodrome, em Marselha, a 773 quilômetros da capital francesa, a Seleção teve atuação de gala e se classificou à decisão com vitória por 4 a 2, nesta terça-feira (6/8).
Irene Paredes (contra), Gabi Portilho, Adriana e Kerolin fizeram os gols do Brasil, que demonstrou muita raça, entrega e dedicação a cada disputa por bola. Já a atordoada Espanha só balançou a rede em lances de escanteio, ambos com Salma Paralluelo, na reta final do segundo tempo.
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O desempenho do Brasil na semifinal foi completamente distinto do time que passou na tábua da beirada na fase de grupos – um dos melhores terceiros colocados, com três pontos (uma vitória e duas derrotas). A equipe treinada por Arthur Elias foi envolvente e eficaz quando teve a bola, além de se esforçar ao máximo para atrapalhar o jogo espanhol de posse e troca de passes.
Na disputa pelo ouro olímpico em Paris, a Seleção Brasileira enfrentará os Estados Unidos, que bateu a Alemanha na outra semifinal, por 1 a 0. A bola rola no Parc des Princes, casa do Paris Saint-Germain, às 12h de sábado (10/8).
As medalhas olímpicas do futebol feminino
A medalha em Paris será a terceira do Brasil no futebol feminino. O país ficou com a prata em Atenas 2004 e Pequim 2008, perdendo ambas as finais justamente para os Estados Unidos na prorrogação (2 a 1 e 1 a 0).
A Seleção tinha Marta como protagonista nas duas edições olímpicas. A camisa 10 era a grande referência técnica das equipes conduzidas por Renê Simões e Jorge Barcellos. Já a artilheira foi Cristiane, com cinco gols tanto em 2004 quanto em 2008.
O elenco brasileiro ainda contava com nomes importantes da modalidade, casos da zagueira Tânia Maranhão, das meio-campistas Daniela Alves e Formiga, da ponta-direita Pretinha e da lateral-esquerda Rosana.
A geração de prata em 2004 e 2008 foi fundamental para o crescimento do futebol feminino no país, uma vez que naquela época o incentivo era muito pequeno e não havia competições nacionais como conhecemos atualmente.
O time de Marta e companhia também alcançou a final da Copa do Mundo de 2007, perdendo para a Alemanha por 2 a 0.
Terceira medalha de Marta
Aos 38 anos, Marta integra o grupo que compete em Paris 2024. Por causa da expulsão na derrota para a Espanha por 2 a 0, na fase de grupos, ela não esteve em campo contra França (1 a 0) e Espanha (4 a 2) nos mata-matas.
A melhor jogadora do mundo em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2018 pegou duas partidas de suspensão por ter atingido um chute na cabeça de Olga Carmona, da Espanha.
Arthur Elias não definiu uma substituta específica para Marta porque promoveu mudanças na formação. Todavia, as escolhas deram certo, pois o Brasil passou por duas favoritas ao ouro e mostrou que pode sonhar com o lugar mais alto do pódio em Paris.
