Eder Traskini – Bastam 15 passos para descer do avião e sair pelo portão do aeroporto de College Station, no Texas, Estados Unidos. A cidade que recebe Brasil e México neste sábado (8/6) não tem muito a ver com as badaladas metrópoles em que a seleção pentacampeã mundial costuma jogar.
No andar inferior, uma única esteira entrega as malas despachadas. Do outro lado há duas locadoras de carros, mas só uma está em funcionando. No outro balcão da que está fechada, uma placa: dirija-se à empresa ao lado. As concorrentes se alternam atendendo os clientes uma da outra. E a placa que usam é a mesma, alternando de lado, sem descanso.
“É que a cidade está com umas 50 mil pessoas só. Os outros 50 mil são estudantes e estão de férias”, comentou o atendente, que usava um típico chapéu de cowboy.
As tais 50 mil pessoas que seguiam morando na cidade pareciam escondidas. No caminho até o hotel, ruas completamente desertas e casas sem sinal de moradia. Um marasmo incompatível com o tamanho da Seleção Brasileira.
Cidade universitária
College Station fica a 300 km de Dallas e é essencialmente universitária. A cidade foi erguida ao redor da Texas A&M, a principal universidade do estado. É, também, polo esportivo, de onde saem diversos grandes nomes para os esportes estadunidenses. Só que entre o final de maio e o início de agosto, as aulas acabam e os universitários vão para a casa dos pais. Justamente nesse período, a Seleção de Vinícius Júnior e Endrick chegou.
Só quando se chega perto do Kyle Field, o gigantesco estádio com capacidade para 100 mil pessoas que vai receber o amistoso contra o México, o movimento aparece. Era dia de recrutamento de talentos para as equipes esportivas da Texas A&M e alguns estudantes apresentavam os projetos aos recém-chegados. O estádio é utilizado principalmente para partidas de futebol americano universitário.
‘Mandante’ do amistoso não é o Brasil
Ainda assim, a letargia seguia. O cartaz na entrada do Kyle Field deixa evidente que o ‘mandante’ do amistoso não é o Brasil. O Z toma o lugar do S em Brazil e as fotos mostram jogadores mexicanos. Foi o México quem fez força para atuar em College Station, cidade a 500 km da fronteira com o país.
“Logo, a cidade vai ficar cheia por causa do jogo. Tem muitos mexicanos aqui. Mas depois, só na semana que vem, quando vai ter um show de um cantor famoso lá de Tennessee” disse outra pessoa que conversou com o UOL.
Brasil queria jogar em outro local
A CBF até tentou conversar sobre atuar em outro local para facilitar a logística, mas não teve sucesso. O Brasil está em Orlando desde o dia 29 de maio, viajou nessa quinta-feira (6/6) ao Texas e retorna para Orlando logo após o duelo. Toda a preparação do time de Dorival Jr será feita no ESPN Wide World of Sports até o dia 20, quando viaja a Los Angeles já de olho na estreia na Copa América, no dia 24.
