Morreu, aos 55 anos, o ex-lateral-direito José Carlos de Almeida, o Zé Carlos, que disputou a Copa do Mundo de 1998 pela Seleção Brasileira.
O ex-jogador sofreu parada cardiorrespiratória enquanto dormia. A morte foi confirmada na manhã desta sexta-feira (25/10), pelo Pronto Socorro do bairro Santo Antônio, em Osasco, onde foi atendido. Natural de Presidente Bernardes, ele passava os últimos dias na casa de uma sobrinha na cidade da Região Metropolitana de São Paulo
Zé deixa um filho de 16 anos e uma filha de oito.
A carreira de Zé Carlos
Início tardio
Zé Carlos teve início tardio no futebol profissional – começou com 21 anos, sem passar por qualquer tipo de categoria de base, mas só foi ganhar destaque em 1997, já beirando os 30 anos. Em 1990, ele jogava peladas com os amigos e colegas de trabalho e, certa vez, enquanto atuava pelo time da empresa metalúrgica onde trabalhava, foi “descoberto” pelo olheiro do São José, de São José dos Campos.
Ele, inclusive, mudou de posição – era meio-campista, mas, no Nacional, terceiro time da carreira, em que atuou entre 1991 e 1992, em 1993 e 1994, foi convertido em lateral-direito devido aos bons cruzamentos que fazia e ao vigor físico que apresentava.
Zé rodou sem grande destaque por diversos times paulistas de menor expressão – além de São José e Nacional, atuou pelo Paulista, em 1990, pelo São Caetano, em 1993, pela Portuguesa, em 1994 e pela União São João e pelo Marília, em 1995.
De desemprego à Copa do Mundo em um ano
Em 1996, após curta passagem pelo Juventude, do Rio Grande do Sul, o lateral ficou seis meses desempregado e cogitou se aposentar – mas tudo mudou quando, no início de 1997, apareceu a oportunidade de jogar pela Matonense, time da Série A2 do Campeonato Paulista. Lá, se destacou, foi campeão do torneio e atraiu o interesse do São Paulo, que o contratou para o restante da temporada.
Zé Carlos, que tinha 29 anos, era visto, inicialmente, como opção para compor o elenco, pois a equipe já tinha outros dois jogadores para a lateral-direita. Zé, no entanto, desbancou a concorrência, assumiu a titularidade rapidamente e, no fim do ano, foi eleito o melhor jogador da posição no Campeonato Brasileiro ao ganhar o tradicional prêmio Bola de Prata, da revista Placar.
No ano seguinte, Zé seguiu em alto nível e foi crucial para o São Paulo conquistar o título do Campeonato Paulista – o maior da carreira dele. As boas atuações do jogador o credenciaram a ganhar, “de última hora”, uma vaga entre os convocados do técnico Zagallo para a Copa do Mundo de 1998, na França – foi a primeira e a única convocação dele para a Seleção Brasileira.
Zé Carlos ganhou a missão de ser o reserva de Cafu. Nas quartas de final, o titular levou o segundo amarelo e, assim, o atleta são-paulino ganhou a chance da vida: atuar em uma semifinal de Copa, contra a poderosa Holanda.
O lateral-direito teve que marcar o rápido ala-esquerdo Zenden, à época um dos jogadores mais promissores do mundo, e deu conta do recado, fazendo partida sólida e ajudando a Seleção a garantir a classificação para a grande final – o jogo terminou em 1 a 1 e, nos pênaltis, o Brasil venceu.
Queda de nível e aposentadoria
A partida diante da Holanda foi a única de Zé Carlos pela Seleção. Na final, em que o Brasil foi goleado por 3 a 0 para a França, ele não saiu do banco. E, após a Copa, o lateral não conseguiu retomar o bom nível, assim, nção voltou a ser convocado.
Em 1999, Zé perdeu espaço no São Paulo e foi emprestado para o Grêmio, onde conquistou o Gaúcho e a Copa Sul. No ano seguinte, rumou aà Ponte Preta e, em 2001, foi para o Joinville, onde ficou até 2004 (com rápida passagem pelo Noroeste em 2002).
Zé Carlos se aposentou em 2005, pela Portuguesa, aos 36 anos.