Ex-jogador da Seleção Brasileira, o lateral-esquerdo Geferson é o novo reforço do Atético Piauiense para o campeonato estadual de 2025. A contratação do cria do Internacional foi anunciada pelo clube na última quinta-feira (12/12).
Outrora considerado promessa do Colorado e convocado para defender o Brasil com apenas seis meses de carreira profissional, o defensor de 30 anos chega ao Caveirão – um dos caçulas do estado, fundado em 2015 – como um dos principais reforços para a inédita disputa da elite do Piauí.
No ano passado, Geferson passou por Paysandu e Londrina. No time paraense, disputou apenas três jogos – nenhum como titular. Já na equipe paranaense, ele fez nove partidas – quatro como titular e cinco vindo do banco de reservas – e fez parte do elenco que conquistou o acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Da Seleção ao Piauiense: a carreira de Geferson
Primeiros meses fulminantes
A ascensão de Geferson foi meteórica. Destaque nas categorias de base, o baiano nascido em Lauro de Freitas estreou pelo time principal do Internacional em fevereiro de 2015 e, nos primeiros meses, apresentou ótimo desempenho.
Menos de quatro meses depois, de forma surpreendente, o lateral-esquerdo de apenas 20 anos foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, que, à época, era comandada pelo técnico Dunga.
Geferson nunca havia sido chamado para seleções de base ou para amistosos com a seleção principal e, de cara, com poucos meses como profissional, recebeu a missão de defender o Brasil em um torneio internacional: a Copa América. A convocação foi para substituir Marcelo, titular da posição, cortado por lesão.
O jovem, no entanto, não chegou a atuar sequer um minuto pela Seleção. O titular na competição foi Filipe Luís, que não foi substituído em nenhum momento, e o Brasil foi eliminado de forma precoce – caiu ainda nas quartas de final, para o Paraguai, em disputa de pênaltis.
Do céu ao inferno
Após o retorno para o Internacional, Geferson não conseguiu mais repetir o bom desempenho que vinha apresentando. Na partida de volta semifinal da Copa Libertadores, contra o Tigres, do México, ele marcou gol contra bizarro ao errar corte na bola e encobrir o goleiro Alisson Becker, do Inter. Foi o segundo tento da equipe norte-americana, que conseguiu virar o confronto (o Colorado havia vencido o primeiro jogo no Beira-Rio, por 2 a 1) e avançou à final.
Depois da falha, o jovem defensor acabou perdendo de posição e quase foi negociado com a Sampdoria, da Itália, mas “não entende o que aconteceu” para que a venda não fosse concretizada, conforme revelado por ele em entrevista à ESPN, em 2020. Meses depois, ele ainda sofreu grave lesão e só voltou a jogar em 2016.
No segundo ano de Geferson no profissional, em 2016, ele oscilou entre titular e reserva e entre boas e más atuações, mas terminou em baixa com o inédito rebaixamento do Colorado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Saída do Internacional e longa passagem na Bulgária
Em 2017, após 49 jogos, nenhum gol e uma assistência pelo Inter, o jovem foi para o Vitória, onde foi titular absoluto e marcou seu primeiro gol como profissional. Lá, contudo, mesmo sendo presença frequente na escalação inicial, oscilou no desempenho e quase amargou mais uma queda para a Segunda Divisão – o time baiano terminou o Brasileiro em 16ª, com a mesma quantia de pontos (43) do Coritiba, 17º, que caiu para a Série B.
No ano seguinte, o lateral retornou para o Colorado e logo foi vendido para o CSKA Sofia, da Bulgária, onde permaneceu por cinco temporadas e meia: do início de 2017/2018 até o final de 2022/2023. No total, ele fez 155 jogos, marcou três gols e deu duas assistências pela equipe.
Geferson chegou até a receber a cidadania búlgara, tornando-se apto a ser convocado pela seleção europeia, e virou o estrangeiro que mais tinha atuado no país à época. Ele conquistou um título da copa nacional e foi quatro vezes vice-campeão do campeonato búlgaro.
Retorno frustrante ao Brasil
Geferson voltou para o Brasil em 2024, mas não conseguiu se firmar no Paysandu nem no Londrina. Foram apenas 12 jogos no ano – o número foi afetado pelas lesões sofridas pelo lateral-esquerdo, que atrapalharam a adaptação dele nas equipes.
Em 2025, o defensor espera voltar a ter ritmo de jogo e ajudar o Atlético Piauiense a fazer bonito na primeira participação da equipe na história do estadual.
