O comentarista Paulo Cesar Vasconcellos, do SporTV, disse que o técnico do Internacional, Roger Machado, deveria ser cotado pela imprensa como possível candidato a assumir o comando da Seleção Brasileira.
Sob o comando de Roger, o Inter passou a praticar futebol vistoso e encerrou jejum de nove anos sem título ao conquistar o Campeonato Gaúcho deste ano.
PC Vasconcellos acredita que a ausência do nome de Roger Machado nos debates da imprensa está relacionado à falta de valorização de profissionais negros.
“Está aberta a temporada pela contratação do sucessor de Dorival Júnior no cargo de técnico da Seleção Brasileira. A lista tem o acessível Jorge Jesus e o inatingível Carlo Ancelotti. Um profissional nascido em Portugal e outro na Itália. O currículo de ambos é a mais completa tradução do que cada um é capaz. Mas reparem numa coisa reveladora do pensamento verde e amarelo: na lista com nomes de técnicos brasileiros aparecem os nomes do Filipe Luís, do Renato e do Rogério Ceni. Não consta e nem sequer cogitam o nome deste Homem do POVO PRETO”, disse PC Vasconcellos.
“Se você não conhece, ele chama-se Roger Machado, treinador que faz trabalho de excelência no Inter . Em sua vitoriosa história a por ora combalida Seleção Brasileira jamais teve um técnico do POVO PRETO, exceto por brevíssima passagem de Gentil Cardoso. O fato de Roger não ter o seu nome incluído é revelador de como se pensa e se olha para o profissional do POVO PRETO, que dá expediente à beira do campo”, acrescentou.
PC Vasconcellos destacou que não faz campanha para Roger assumir a Seleção Brasileira, mas tem o objetivo de chamar a atenção da imprensa.
“Não estou aqui a defender que o Roger seja o técnico. Mas como homem do POVO PRETO constato tristemente que o olhar está viciado pelos séculos de chibatadas. Ainda bem que o Roger está aí para sempre desafinar o coro dos contentes. Ô sorte”.
Dorival Júnior
Em reunião no último dia 28, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, comunicou ao técnico Dorival Júnior a decisão de demiti-lo.
Dorival Júnior, de 62 anos, chegou à Seleção Brasileira credenciado por títulos conquistados no comando de Flamengo (Copa do Brasil e Copa Libertadores de 2022) e São Paulo (Copa do Brasil de 2023). No entanto, não conseguiu repetir o sucesso na CBF.
O experiente técnico permaneceu no cargo durante pouco mais de um ano e dois meses. Foram 16 jogos, com sete vitórias, sete empates e duas derrotas – um aproveitamento de 58,3%.
Com Dorival, o Brasil marcou 25 gols. O principal ponto baixo foi o desempenho defensivo, com 17 gols sofridos, média de mais de um por partida.
Durante todo o período, não contou com o atacante Neymar, um dos principais jogadores brasileiros, por questões físicas.
Mesmo assim, a trajetória começou de forma promissora diante de rivais de peso. Em março de 2024, a Seleção venceu a Inglaterra (1 a 0), em Wembley, e empatou com a Espanha (3 a 3), no Santiago Bernabéu.
Os passos seguintes não foram tão seguros. O Brasil perdeu para o Uruguai nas quartas de final da Copa América de 2024 e tem números que não empolgam nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, a ser disputada em Estados Unidos, Canadá e México.
A Seleção caiu da terceira para a quarta posição após a goleada para a Argentina no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pela 14ª rodada. São seis vitórias, três empates, cinco derrotas e 21 pontos ganhos – 10 a menos que a maior rival, líder e já classificada para a Copa.
Próximos jogos da Seleção
Os próximos compromissos, em tese sob nova direção, serão em junho.
O Brasil visita o Equador e recebe o Paraguai, pelas rodadas 15 e 16 das Eliminatórias, respectivamente.
