Enfim anunciado como treinador da Seleção Brasileira, o técnico italiano Carlo Ancelotti não será o primeiro estrangeiro a comandar o Brasil. Antes dele, outros três técnicos nascidos em outros países já estiveram à frente da Canarinho.
Já faz quase 60 anos que a Seleção não é comandada por um estrangeiro. A última vez aconteceu em Minas Gerais, em uma situação inusitada nas festividades de inauguração do Mineirão, em 1965.
Naquela ocasião, a CBD (atual CBF) decidiu que o time do Palmeiras representaria o Brasil em um amistoso contra o Uruguai. Assim, não só os jogadores do alviverde vestiram a Amarelinha, mas o técnico argentino Filpo Núñez substituiu o vitorioso Vicente Feola à beira do gramado e comandou o time brasileiro, que derrotou os uruguaios por 3 a 0.
Antes de Filpo Núñez (Argentina), Ramon Platero (Uruguai) e Joreca (Portugal) comandaram o Brasil. As três passagens foram curtas e, se tudo correr como o imaginado, Ancelotti será o primeiro técnico estrangeiro da Seleção em uma Copa do Mundo.
Ancelotti atualmente comanda o Real Madrid, mas vai deixar o clube em 25 de maio, antes do Super Mundial, para se dedicar à Seleção – já de olho na Data Fifa de junho.
Filpo Núñez (Argentina)
O argentino dirigiu interinamente o Brasil apenas na vitória por 3 a 0 contra o Uruguai, em 7 de setembro de 1965. Assim, a passagem durou um dia.
Além do Palmeiras, Filpo Núñez treinou dezenas de clubes do Brasil. Em Minas Gerais, ele comandou o Cruzeiro em duas ocasiões: em 1955 e 1970.
Ramón Platero (Uruguai)
Em 1925, Platero se tornou o primeiro estrangeiro a dirigir o Brasil. Até hoje, ele é o único nascido fora do país a comandar a Seleção em um torneio – o Campeonato Sul-Americano daquele ano – uma versão antiga da Copa América.
Após treinar a Seleção do Uruguai entre 1917 e 1919, o treinador desembarcou no Brasil para treinar o Fluminense. Depois, passou por Santos, Flamengo e Vasco antes de assumir a Canarinho.
A passagem de Platero na Seleção, entretanto, durou apenas 19 dias – foram duas vitórias, um empate e uma derrota em quatro jogos.
Joreca (Portugal)
Ancelotti também não será o primeiro europeu a comandar o Brasil. Em 1944, ele fez parceria com o brasileiro Flávio Costa, treinador histórico de Flamengo e Vasco, e a dupla treinou a Seleção Brasileira por três dias.
A parceria comandou a Seleção em dois amistosos contra o Uruguai e conquistou duas goleadas: por 6 a 1 e 4 a 0. Depois, Flávio Costa seguiu no cargo enquanto Joreca foi trilhar outros caminhos.
O português é considerado um treinador histórico do São Paulo, pelo qual conquistou o bicampeonato paulista em 1945 e 1946.