Capitão na campanha do tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira nos Estados Unidos, em 1994, Dunga não mostrou muito otimismo com a próxima participação da equipe em solo norte-americano. O ex-jogador apontou três seleções que considera, hoje, mais favoritas ao título da Copa de 2026 que o Brasil.
Em entrevista ao jornal espanhol “Marca”, Dunga foi perguntado qual seleção considerada candidata à taça no Mundial do ano que vem. “Ambas estão sempre entre os favoritos. Brasil e Argentina, sempre”, respondeu, fazendo depois uma ressalva: “Se analisarmos a situação atual, Espanha, França e Argentina estão à frente do Brasil. Um passo à frente. Mas em seis meses, tudo pode mudar”.
Dunga disse que ainda prefere esperar mais alguns meses para confiar no desempenho da Seleção Brasileira de Carlo Ancelotti, mas não se mostrou contrário à presença do italiano no cargo: “Era o momento de testar um estrangeiro. Existem bons treinadores brasileiros, mas a atmosfera era muito ruim. Havia uma má energia interna, com muitos problemas políticos. Trouxeram o Carletto e agora ninguém fala sobre isso. Só se fala de futebol. E isso é positivo”.
Vini Jr, Endrick e Rodrygo
Ex-técnico da Seleção Brasileira, Dunga ainda comentou, na entrevista, sobre a nova safra brasileira que atua na Espanha.
Sobre Vinícius Júnior, disse ser um líder técnico, mas não de vestiário – função que atribui mais a Casemiro, a quem classificou de “necessário para o grupo”.
“Vinícius Jr, para mim, é um líder técnico, não de vestiário, como seria um capitão tradicional. Vini é um líder técnico, que faz jogadas, que vai para frente, e o Brasil precisa de um líder de vestiário. […] Casemiro pode ser esse líder. Ele é necessário. Passou um tempo em que não tínhamos essa figura, e um líder não se forma, é líder ou não. Colocar essa responsabilidade sobre o Vinícius não é bom para ele”, afirmou.
Já a respeito de Endrick, pregou que o ex-palmeirense, de 19 anos, precisa de mais chances para atuar e comparou a importância da minutagem para um jovem à experiência de um piloto de avião.
“Quando o jogador é jovem, ele deve jogar. A única forma de melhorar é jogando, não treinando. É uma questão matemática. Se Endrick não jogar nas três partidas da semana, ele perde quatro ou cinco horas de competição. Para um jogador já feito, não importa tanto, mas para um jovem, é mortal. É como um piloto de avião. Ele deve fazer muitas horas de voo para estar maduro. Pois com Endrick acontece isso. Para melhorar, ele deve jogar mais”
Dunga, ex-jogador e treinador do Brasil
Dunga também elogiou Rodrygo – é “especial” – e disse que ele precisa de tempo para se adaptar à forma de trabalho de Xabi Alonso no comando do Real Madrid: “O jogador brasileiro é diferente do europeu. É um jogador especial, quer jogar sempre. Se não joga, está triste e não se sente integrado. Sobre o Rodrygo, o que acontece é que tudo mudou com o Xabi Alonso, e o jogador precisa de tempo para assimilar esta nova forma de trabalhar. Rodrygo precisa de tempo”.