FUTEBOL INTERNACIONAL

Jogador condenado por tráfico luta contra extradição após sentença

Ex-atleta da seleção holandesa busca aval para atuar por clube de Dubai durante luta contra extradição após ser condenado a seis anos de prisão
Foto do autor
Compartilhe

Ex-atacante da seleção da Holanda e do Ajax, Quincy Promes caiu na armadilha da ganância. Isso porque um salário anual de R$ 15 milhões como jogador de futebol não foi o suficiente. Extensas investigações da polícia holandesa descobriram que o atleta, que tinha carreira em ascensão, mantinha negócios ilegais, de maneira oculta. Principalmente como um traficante de drogas. O jogador está no United FC, de Dubai, e tem um pedido de extradição em aberto após condenação judicial.

Já havia uma suspeita sobre Promes, que passou a ser monitorado pelas autoridades holandesas. Posteriormente, identificaram mensagens, no começo de 2020, em que o atleta estava em estágio final de um processo de importação de cocaína. A carga desembarcou em um porto do país vizinho, a Bélgica, e tinha os Países Baixos como destino.

Tal situação motivou as autoridades a buscarem acesso aos registros das ligações do atacante holandês. Estas informações foram utilizadas para provar sua participação criminosa. Com isso, em fevereiro deste ano, um tribunal de Amsterdã condenou-o a seis anos de prisão por tráfico de drogas. O atacante sempre afirmou ser inocente.

Promes tenta seguir a vida no futebol em meio a dúvida da extradição

Na oportunidade, ele já havia deixado a Holanda para defender o Spartak Moscou, da Rússia. Rapidamente destacou-se ao se tornar o artilheiro da equipe, além de estar protegido da atuação das autoridades do seu país. Contudo, após algumas semanas, ele estava em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Desta forma, a polícia holandesa agiu com agilidade e pediu a extradição de Quincy.

Inclusive, cenário que causou a sua prisão no Oriente Médio por um curto período. Em setembro deste ano, enquanto lutava para não retornar ao seu país, pediu a liberação para atuar no United FC, clube da Segunda Divisão local. Até porque não poderia deixar o território onde atualmente reside enquanto ainda não há uma definição sobre o caso.

A polícia holandesa concluiu que Promes contratou intermediários, a quem ele apelidou de “soldados” ou “garotos”. O trabalho assegurou 1,3 tonelada de cocaína, que saiu do Brasil, em um contêiner repleto de “sacos de sal”.

A movimentação de Quincy fora dos gramados causou o questionamento até de especialistas na prática ilegal. No caso, se realmente a pessoa citada era o conhecido jogador de futebol. O esporte como ferramenta para o crime organizado, principalmente para lavagem de dinheiro, é um problema reconhecido. Tanto que o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, e a Interpol frequentemente observam contextos relacionados a este cenário.

No entanto, a situação de Promes, quando passou a ser monitorado, causou surpresa por um aspecto diferente. Afinal, ele era um atleta de alto rendimento, mundialmente conhecido, mas que demonstrava um sonho de se tornar um membro do crime organizado. De acordo com a avaliação do comportamento do jogador, o seu progressivo sucesso no futebol apenas incentivou a sua obsessão por ampliar o seu poder para as ruas de Amsterdã.

Ex-jogador da seleção da Holanda sofreu influência da ganância

Em uma conversa encontrada com um amigo, o atleta respondeu que lucrava mais com os seus negócios irregulares em comparação com o seu desempenho no esporte. Uma reportagem do jornal norte-americano “Washington Post” produziu uma matéria com um dossiê, no qual detalha a atração de Promes com o crime. As evidências são documentos judiciais que contêm troca de mensagens do jogador, além de entrevistas com policiais e autoridades do mundo da bola.

Pessoas próximas ao jogador acreditavam que ele fosse um investidor rico, segundo os responsáveis pelas investigações. Bem como alguém fascinado por gângster e com uma condição financeira favorável para entrar em negociações por drogas. Assim, o entendimento é que o crescimento da chegada de cocaína em portos holandeses incitou a sua ganância.

O ex-jogador da seleção da Holanda, aliás, também gostava de gravar músicas. As canções relatavam a proximidade dele com o crime e a violência. A propósito, chegou a fazer parcerias com pessoas que viriam a ser detidas posteriormente. Quincy alimentou um personagem criminoso, até tentou ocultá-lo neste passatempo, mas como a polícia holandesa é atenta, identificou este cenário e monitorou a situação.

Compartilhe