O presidente do América, Marcus Salum, opinou sobre qual Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ele considera a mais valiosa do Brasil. Em entrevista ao podcast “Fala, Campeão“, comandando pelo ex-presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, na Rádio 98, o dirigente elegeu o Athletico-PR como o clube que melhor será vendido no futebol nacional.
Ao justificar a resposta, Salum excluiu do universo clubes com “poderio financeiro semelhante a de um investidor” – como são os casos de Flamengo e Palmeiras, donos dos maiores faturamentos do futebol brasileiro mesmo sem adotar o modelo de SAF. O gestor do Coelho não poupou elogios à administração de Mario Celso Petraglia, presidente do Furacão.
“Tirando três ou quatro clubes do Brasil que tem um poderio financeiro semelhante ao de um investidor, vou arriscar dizer que a SAF que vai ser vendida mais cara no Brasil é a do Petraglia. Disparado, vai ser. Se ele estiver controlando o Athletico-PR, e espero que esteja, eu sei o que ele vai fazer”.
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“Na minha amizade com o Petraglia, eu vi a construção do estádio, da Arena da Baixada. Então, eu tenho uma ligação com ele muito forte, e admiro muito o trabalho que ele faz”, completou Marcus Salum.
Sérgio Santos Rodrigues, que esteve à frente do Cruzeiro na constituição da SAF negociada com o ex-jogador Ronaldo Nazário, concordou com o presidente do América.
“As pessoas falam ‘ah, mas o Athletico tem torcida tal, o Cruzeiro tem a tal, tem mais história’. Mas, o investidor pensa em dinheiro. Quem fala isso não conhece o CT do Caju, não sabe o tamanho daquilo ali, onde está localizado o estádio do Athletico-PR e tudo o que está ao redor. Quando visitei o Petraglia, ele mostrou. Ele comprou todo ao redor do estádio já pensando lá na frente”, disse.
Mudança de patamar
O Athletico-PR ganhou reconhecimento nos últimos anos pelas boas vendas. Entre elas, a do atacante Vitor Roque ao Barcelona, que movimentou 40 milhões de euros (R$ 215 milhões), com possibilidade de alcançar 74 milhões de euros (R$ 396 milhões) a depender de variáveis como número de gols, artilharias e prêmios individuais.
O CAP manteve 20% dos direitos econômicos de Vitor Roque. O negócio é o segundo maior da história do futebol brasileiro, atrás apenas da venda de Neymar pelo Santos ao próprio Barcelona, em 2013.
O time paranaense fez outras grandes transações. A ida de Bruno Guimarães ao Lyon gerou um faturamento de 20 milhões de euros (R$ 93 milhões), além de outros R$ 50 milhões quando o meio-campista trocou o clube francês pelo Newcastle, da Inglaterra, em janeiro de 2022.
A transferência do lateral-esquerdo Renan Lodi para o Atlético de Madrid, da Espanha, em julho de 2019, foi fechada em 20 milhões de euros (R$ 87 milhões). O Furacão ainda garantiu 8 milhões de euros (R$ 43 milhões) pela venda do zagueiro Robson Bambu ao Nice, da França, em maio de 2020.
A movimentação no mercado da bola elevou o patamar do clube, que já vinha em crescente no futebol brasileiro. Não à toa, nas últimas temporadas, conquistou três importantes títulos: duas Sul-Americanas (2018 e 2021) e uma Copa do Brasil (2019).
Quanto vale a SAF do Athletico-PR?
Em coletiva realizada em novembro do ano passado, Mario Celso Petraglia revelou que a SAF do Athletico-PR já estava avaliada em R$ 2,5 bilhões – incluindo a Ligga Arena, estádio do clube (também chamado de Arena da Baixada), com capacidade para mais de 42 mil torcedores.
“Estamos revendo o modelo para ficar possível entrar um parceiro a nível do mercado brasileiro. A nossa avaliação chegou a 2 bilhões e meio. Optamos em incluir na SAF todos os ativos. Quem sabe tirar o estádio, que baixa esses valores”, comentou à época.
Com relação à saúde financeira, o balanço do Athletico-PR apresentou superavits nos últimos nove anos. Em 2022, por exemplo, ano de maior investimento em contratações, o lucro atleticano foi de R$ 47,6 milhões. Em 2021, o saldo positivo havia sido de R$ 66,2 milhões.