AMÉRICA

América: Salum revela bastidores da relação com Menin, do Atlético, e Pedrinho, do Cruzeiro

Ao No Ataque, o mandatário do Coelho revelou bastidores do relacionamento profissional entre os dirigentes de Atlético e Cruzeiro
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A relação entre três dos grandes empresários do futebol de Belo Horizonte nunca esteve tão ‘apaziguada’. Nas palavras de Marcus Salum, presidente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do América, os tratos com Rubens Menin, dono da SAF do Atlético, e com Pedro Lourenço, à frente da SAF do Cruzeiro, são excelentes. Ao No Ataque, o mandatário do Coelho revelou bastidores do relacionamento profissional entre os dirigentes.

Os três clubes de BH já protagonizaram alguns atritos nos bastidores do futebol – como na discordância sobre a cessão do Independência entre América e Cruzeiro. Fato é que as instituições estão invariavelmente envolvidas em tratos no mercado da bola ou em questões logísticas na capital mineira.

A relação entre os dirigentes passa a ser quase obrigatória. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Salum contou que conhece Rubens Menin há algum tempo – os dois se formaram juntos na faculdade.

“A minha relação com eles é excelente. Pouca gente sabe, mas o Menin estudou comigo, eu formei junto com ele. Conheço ele há muito anos. Sergio Coelho nem se fala, meu amigo pessoal. A relação é excelente, eu aqui e eles lá, tem a distância dos clubes. Mas, no pessoal, ótima. A minha relação com o Pedrinho, ele é meu patrocinador, nunca tive problema. O que me incomoda é que o América não está no futebol mineiro para servir Atlético e Cruzeiro. Essa visão, de que toda vez que tenho sucesso em alguma coisa, sou obrigado a ceder para Atlético e Cruzeiro”

Marcus Salum, presidente da SAF do América

Recentemente, o Cruzeiro protagonizou disputa por Martínez, ex-meio-campista do América, que acabou acertado com o Fortaleza. Durante as negociações, o Coelho se mostrou irredutível – a Raposa não estava disposta a pagar o valor desejado pelo alviverde. Dessa forma, as tratativas não avançaram.

Salum relembrou a situação e afirmou que se o Cruzeiro quisesse pagar a mesma quantia paga pelo Fortaleza (R$ 9 milhões por 80% dos direitos econômicos do jogador), teria vendido para o clube celeste.

“Então, o caso do Martínez, por exemplo, o mesmo preço que o Fortaleza pagou, o Cruzeiro teve chance de pagar e não quis. Se tivesse pagado, teria ido. Mas sou julgado porque todo jogador sou obrigado a vender pra eles, porque tem mais atleticano e cruzeirense na rua. Todo mundo vem tirar o que o América faz. O América tem um trabalho de excelência”, falou.

Embora a relação seja ‘ótima’, Salum reclamou das questões envolvendo a transferência de atletas entre os clubes. Para ele, há uma ‘cobrança’ para que ele negocie com Atlético e Cruzeiro. Ele, inclusive, relembrou negociação feita por Ademir, do Coelho, que foi vendido ao Atlético.

“Na minha base, o tempo todo estão tentando tirar. E quem tenta? Atlético e Cruzeiro. Eles têm esse direito, o que eu não quero é esse julgamento por ter obrigação de fazer. Não tenho que fazer mais barato para ninguém. Também, quando eu quero, vou atrás. Eu tentei trazer o Ademir de volta, mas o Atlético não quis abrir mão e vendeu pro Bahia. O valor que o Bahia pagou, o América podia pagar. Talvez não poderia pagar o salário, mas também tem que ver se o Ademir queria vir. A mesma coisa acontece de lá para cá. Mas em condições iguais, não tem o que fazer. O futebol mineiro nunca esteve tão apaziguado como agora”, comentou.

Patrocínio do BH

Em abril, Pedro Lourenço comprou a SAF do Cruzeiro das mãos de Ronaldo. Dono da rede de Supermercados BH, o empresário estará à frente do futebol da Raposa. Pedrinho, como foi apelidado pela torcida da Raposa, é também patrocinador do América.

A marca do Supermercados BH estampa a manga da camisa alviverde. Para Salum, contudo, a compra da SAF não afeta a relação ou o patrocínio do América.

“Não mudou nada para mim. Não tenho que dar palpite (sobre a compra). Isso é pessoal dele, direito dele, talvez o sonho dele. Não me cabe julgar ele. A gente tem que ter a consciência de fazer o que acredita”, garantiu.

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