Ídolo do América, Alessandro teve passagem pelo Fluminense em 2004. Com 22 anos na época, o atacante integrou um grupo recheado de estrelas, entre as quais Romário, Edmundo, Ramon Menezes e Roger. O patrocínio da operadora de plano de saúde Unimed prometia colocar o Tricolor entre os favoritos ao título do Brasileirão, porém o que se viu na prática foi a nona posição, com 67 pontos em 46 rodadas (18 vitórias, 13 empates e cinco derrotas).
Apesar do insucesso daquela equipe, Alessandro teve seus bons momentos. Ele vestiu a camisa 10 em algumas ocasiões e marcou oito gols em 37 jogos (22 como titular). Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o ex-jogador do Coelho detalhou o bom relacionamento com Romário, que indicou a sua contratação ao Vasco em 2007.
O contato de Romário veio por telefone. Ao atender, Alessandro pensou que era brincadeira. Contudo, foi rapidamente avisado por seu empresário, Eduardo Uram, que de fato era o Baixinho quem estava do outro lado da linha.
“Eu e minha esposa estávamos vendo o filme, tocou o meu telefone, 021. Achei que era a trote, atendi o telefone e falou, ‘ô peixe’. Na hora eu já xinguei e desliguei o telefone. Aí ligou um agente que trabalhava com a gente, falou, ‘pô, você é louco, desligou o telefone na cara do Romário’. Mas depois ele ligou de novo e falou ‘você vai correr pra mim’. E eu fui”.
Alessandro
Segundo o ex-atacante, o aprendizado com o camisa 11 do Brasil na Copa do Mundo de 1994 foi grande. “Tive a segunda oportunidade de estar novamente com o Romário, que é um cara que eu falo que aprendi muito. A gente não tinha muita noção em relação a finalização. Quando eu fui nos treinos de finalização, eu aprendi quase do zero e foi ali que comecei a fazer gol disparado”.
Embora contasse com o respaldo de Romário, Alessandro não teve oportunidades com o treinador da época, Renato Gaúcho. O atacante, então, foi liberado para o Ipatinga, pelo qual colocou os ensinamentos do ídolo em prática ao ser artilheiro da Série B, com 25 gols, e, de quebra, ajudar o time mineiro a subir para a elite do Campeonato Brasileiro (vice-campeão, com 67 pontos).
Parceria com Van Persie
Em 2000, Alessandro passou cinco meses no Feyenoord, da Holanda, que tinha preferência em contratar jovens do América por meio de parceria. De janeiro a julho daquele ano, ele conviveu com um centroavante que viria a se tornar ídolo: Robin van Persie.
O cria do Coelho relembrou que, na época, Van Persie ainda não era uma potência no futebol. O brasileiro, então, se destacou muito mais na base do clube holandês.
“Lá eu jogava no Sub-20, porque não tinha contrato profissional, e o ataque era eu e o Van Persie. E eu me adaptei facilmente, consegui ter um bom aproveitamento, e o Van Persie, não. Depois, eu retornei ao Brasil e continuei a minha carreira. E o Van Persie estourou”.
A surpresa veio anos depois, quando Van Persie se despediu do futebol em 2019. Alessandro foi informado por um diretor do Feyenoord que o holandês havia citado a breve parceria do primeiro semestre de 2000 como importante para o seu desenvolvimento.
“Em 2019 eu fui assistir ao jogo de despedida do Van Persie, mas não quis ir no vestiário, acabei ficando na minha. No outro dia, o diretor, que era o mesmo diretor da nossa época, me mandou uma entrevista do Van Persie, em que ele falava que tinha aprendido muitas coisas comigo. Disse que o potencial dele era muito abaixo, me elogiou bastante falando que aprendeu muitas coisas de técnica no futebol e que não sabia nem se ia chegar no profissional. Então, foi uma coisa interessante”.
Alessandro
Carreira do craque holandês
Pela Seleção da Holanda, Van Persie marcou um dos gols mais bonitos da história da Copa do Mundo ao “voar” para finalizar de cabeça na goleada por 5 a 1 sobre a Espanha, pela fase de grupos da edição de 2014, no Brasil.
Van Persie também esteve nos Mundiais de 2006 e 2010. Pela Holanda, anotou 50 gols em 102 jogos. Por clubes, tornou-se ídolo do Arsenal, com 132 gols em 278 partidas. O centroavante ainda atuou por Manchester United e Fenerbahçe.
Entrevista de Alessandro ao No Ataque
Alessandro é o 27º maior artilheiro da história do América, com 56 gols em 169 jogos, segundo dados do historiador Carlos Paiva. O ex-atacante ainda brilhou no Ipatinga, pelo qual foi duas vezes melhor marcador da Série B do Campeonato Brasileiro: 25 gols, em 2007, e 21 gols, em 2010. O futebolista encerrou a carreira profissional em 2014, aos 32 anos.
Em 2001, Alessandro fez o gol que valeu o título estadual do Coelho. O time perdeu o segundo jogo da final do Mineiro para o Atlético, por 3 a 1, porém ficou com o troféu por ter vencido o primeiro duelo por 4 a 1. Aos 32 minutos da etapa final, o então jovem de 19 anos dominou na área e chutou com muita força. O goleiro Velloso, do Galo, espalmou a bola para dentro da meta.
Na entrevista ao No Ataque, Alessandro falou de diversos temas, como a formação de jogadores na Arena Pampulha, o sonho do filho de se tornar jogador e os momentos por América, Ipatinga, Cruzeiro e Atlético. Fique ligado no portal para conferir outras reportagens desse bate-papo!