Ex-técnico do América, Vagner Mancini relembrou a saída do clube mineiro para fechar com o Grêmio, em outubro de 2021. O atual comandante do Goiás contou que se arrependeu de ter deixado o Coelho na época e revelou pedido de desculpas ao elenco quando retornou ao alviverde, em 2022.
Em entrevista ao Futeboteco, canal no YouTube, Mancini relembrou quando recebeu a proposta para ir ao Grêmio. Na ocasião, o time gaúcho lutava contra o rebaixamento, enquanto o América tinha vaga encaminhada para a Copa Libertadores do ano seguinte.
“Eu tinha tido uma passagem no Grêmio, prematura. E isso acabou pesando demais para eu voltar, porque eu queria vencer no Grêmio. Eles me chamaram na terça-feira, véspera de um jogo, América x Internacional. E eu só dei a resposta no sábado. Terça eu falei não, quarta falei não, quinta falei não, sexta falei não. O clube (América) soube dois dias antes. Aí chegou uma hora que você começa a ponderar outras coisas”, relembrou.
O treinador admitiu ter se arrependido de ter feito tal movimentação, mas justificou a escolha que fez àquela altura.
“Me arrependi de sair, porque eu desagradei muita gente. Eu fazia um trabalho muito bom no América, a gente estava prestes a confirmar a vaga na Libertadores. Tomei a decisão de ir em cima disso. Tive uma passagem invicta, fui demitido de forma covarde. Eu queria me redimir”
Retorno ao América
Em abril de 2022, seis meses depois de ter deixado o América, Mancini retornou ao clube. Na época, ele chegou para substituir Marquinhos Santos, que foi demitido na estreia do Campeonato Brasileiro. O técnico revelou que pediu desculpas aos jogadores quando foi ao CT Lanna Drumond.
“Eu tanto me arrependo, que eu retorno para o América. A primeira coisa que eu fiz foi pedir desculpa. Falei que gostaria de me desculpar e disse ‘o que eu fiz com vocês foi abandono’. E ficou até melhor, porque as vezes uma desilusão te faz abrir mais o coração. E você falar com sinceridade, acaba cativando as pessoas. Eu não tive medo de pedir desculpas”, disse.
O comandante garantiu que os atletas entenderam. Com o retorno, ele ainda reforçou a amizade com os dirigentes do Coelho.
“Eles entenderam que eu havia falado de coração. E fiz outra boa campanha, não fomos para Libertadores, mas fomos para a Sul-Americana. Eu tinha saído estremecido com Salum, Euler e Alencar, mas são meus amigos hoje. E com os jogadores também”, contou.
A passagem durou bastante tempo, mas não resistiu ao mau desempenho no Brasileiro de 2023, ano em que o América foi rebaixado à Série B. Desde o retorno, ele comandou o alviverde em 97 jogos – 38 vitórias, 21 empates e 38 derrotas.