Investidor do Atlético, Rubens Menin rebateu críticas de Lásaro Cândido, vice-presidente do clube entre 2017 e 2019. Nesta quarta-feira (11/10), o ex-dirigente relembrou uma nota em que o Galo citava seu nome.
A declaração de Lásaro foi dada nas redes sociais. Ele diz que, apesar de não assinar o posicionamento do Atlético, Ricardo Guimarães – um dos 4 Rs – foi o responsável por tal.
“Defendo ex-presidente do Atlético. Deixei a defesa do clube em 31.12.2020 (depois de 12 anos). Apesar de contribuir como sócio (Vila Olímpica) desde 2009 (e doar meus serviços por anos) tive o desprazer de ver nota no site do atual presidente do Conselho (2022). Uma ofensa ultrajante. Fim para mim!”, iniciou.
“O presidente do Conselho Deliberativo (R. Guimarães) foi tão “digno” que sequer assinou a “nota”. É verdade que o clube, na época, passou por uma “fase” de “notas”… foi apenas mais “uma” nota dentre dezenas, mas agride quem fez história no Galo. Não aceitarei jamais. Fica o desabafo”, completou.
Lásaro ainda apontou que o Atlético foi usado para ‘disputa política’. O ex-dirigente disse que pensou em abandonar o futebol, mas desistiu.
“É lamentável a utilização do clube para disputa política e ataques mesquinhos contra aqueles que contribuíram para a afirmação da história esportiva e de resistência do Galo. Sempre atuei assim no e fora do Atlético… cheguei a cogitar abandonar o futebol… por ora, continuo “forte” (risos)”, afirmou.
Menin rebate críticas
Parceiro de Ricardo na atual gestão do Atlético, Rubens Menin rebateu Lásaro, também nas redes sociais. O empresário afirma que o ex-vice-presidente deveria relatar, também, que recebeu pelos serviços feitos para o clube.
“Meu caro Lásaro, seria importante complementar: ‘doei e também cobrei por meus serviços’, uma vez que recebeu honorários por serviços prestados ao Atlético e também salários durante seu período”, escreveu Menin.
Na sequência, Lásaro respondeu Rubens. O advogado admitiu que recebia valores do clube, mas apenas por imposição pelo cargo que ocupava.
O ex-vice do clube diz que coordenou uma ‘revolução jurídica’ durante a gestão, citou o caso contra o ex-atacante Fred e outros trabalhos. Além disso, colocou em dúvida se irá manter a relação afetiva com o Galo. Leia, na íntegra, a resposta abaixo:
“Rubens, nos 12 anos como consultor e diretor jurídico recebi (por imposição do clube – já que o cargo de diretor jurídico é remunerado), 1 ano e 7 meses. Abri (com outros advogados) mão de R$ 3,5 milhões de honorários de processos judiciais, dos quais o clube utilizou para fazer acordos, escreveu.
Coordenei a maior revolução jurídica no clube, destroçado na época. Coordenei e trabalhei num caso emblemático, tendo o clube a oportunidade de receber mais de R$ 30 milhões. Mas preferiu fazer acordo para R$ 17 milhões, contra a minha avaliação (caso Fred).”
Trabalhei coordenando a regularização tributária do clube (desorganizada para gestores anteriores), envolvendo milhões, sem receber um centavo…colocamos a defesa esportiva do clube em primeiro lugar no Brasil… a lista é longa.
Sinceramente, desmerecer minha atuação jurídica para o clube, constitui um das maiores injustiças que vivi…se o novo dono do Atlético pensa assim, terei que repensar em continuar emocionalmente vinculado ao Galo e tudo isso.”
A nota citada por Lásaro
Em novembro de 2022, os conselheiros Lásaro Cândido da Cunha e Rodolfo Gropen cobraram uma posição do Atlético sobre uma possível fraude na nova composição do Conselho Deliberativo do clube mineiro. Os advogados pediam para que o Galo atendesse a uma solicitação do conselheiro benemérito Cláudio Utsch.
Utsch havia enviado uma carta ao Conselho de Ética, a Ricardo Guimarães (novo presidente do Conselho Deliberativo) e ao presidente Sérgio Coelho. No documento, ele alegava possíveis irregularidades na nova composição do grupo.
Segundo o estatuto do clube (artigo 4, parágrafo 1), só podem se candidatar ao Conselho Deliberativo do Atlético aqueles que cumprem – entre outros pontos – um requisito básico: ter feito parte do quadro social da instituição nos dois anos anteriores. Cláudio afirmou, na época, ter recebido informações de que vários dos novos membros não cumprem com essa obrigação e, por esse motivo, solicitava revisão do processo de eleição.
Lásaro e Gropen argumentaram que, caso se comprovasse uma fraude neste último processo eleitoral, “toda e qualquer deliberação do Conselho com participação dos conselheiros ‘eleitos’ poderiam ser ilegítimas e/ou passíveis de nulidade, com eventuais desdobramentos criminais”.
Resposta do Atlético
O Atlético se posicionou no dia seguinte e garantiu a lisura do processo. O clube apontou, ainda, que Lásaro gostaria de se beneficiar do próprio ‘comportamento vergonhoso’. Clique aqui e leia a nota completa.
“Os procedimentos nela adotados foram rigorosamente iguais aos das últimas Assembleias Gerais ocorridas com a mesma finalidade, inclusive na que aconteceu durante a gestão do conselheiro Rodolfo Gropen como presidente do Conselho, período em que o conselheiro Lásaro Cândido ocupava o cargo de vice-presidente executivo do Clube”, iniciou o Atlético.
“Aliás, importante deixar claro que o mesmo fato que Rodolfo Gropen contesta ocorreu em sua própria eleição para conselheiro. Ele foi nomeado conselheiro do Clube em agosto de 2010, mas se tornou efetivamente sócio da Vila Olímpica somente em abril de 2009 – data em que iniciou os pagamentos – portanto menos de dois anos depois de sua integração ao quadro social. Da mesma forma, Lásaro Cândido foi eleito conselheiro na mesma data e iniciou os pagamentos do clube social em junho de 2009. Dessarte, ambos querem, agora, se beneficiar de suas próprias torpezas!”, completou.
Apesar das cobranças, a eleição não foi cancelada, e os conselheiros foram mantidos no quadro do clube.