Como o Atlético se ‘protege’ de investidas aos atletas nas categorias de base? Esse foi um dos temas tratados pelo gerente de futebol da categoria, Erasmo Damiani, em conversa com os jornalistas, nesta semana.
No Brasil, os jogadores só podem assinar os primeiros contratos com os clubes a partir dos 16 anos. Desta forma, eles podem trocar de times sem precisar da autorização de terceiros.
Dois casos que ficaram famosos neste sentido foram os de Vitor Roque e de Estevão. O primeiro deixou o América e foi para o Cruzeiro, enquanto o segundo trocou a Raposa pelo Palmeiras.
Observando essas situações, o Atlético entende que é fundamental criar identificação dos jovens com o clube. Para isso, a diretoria foca na captação de atletas cada vez mais novos, entre 9 e 12 anos, e em ações para gerar vínculos afetivos.
“O Vinicius Jr. chegou com 10 anos no Flamengo. Se você chega com 13, 14 anos nele e faz uma proposta, como ele teve, e negou todas. Por que? Porque ele já era apaixonado pelo clube, já tinha um vínculo, conhecia todo mundo, ia ao estádio. Não vai querer sair”, argumentou.
“É um ponto fundamental para que nós tenhamos esse atleta preso ao clube pelo gostar do clube e não por uma imposição financeira ou algo que não seja a paixão pelo clube”, completou.
Um exemplo disso é a comunicação e a identidade visual do clube nos espaços em que esses atletas frequentam, com uniformes iguais aos dos profissionais, escudos espalhados, entre outras coisas.
Outras estratégias do Atlético
O Atlético também promove eventos para as crianças, como palestras, leva os jovens aos jogos na Arena MRV e tenta criar um vínculo com os jogadores profissionais. A ideia é que todas as categorias de base treinem na Cidade do Galo daqui a algum tempo, o que ainda não ocorre.
“Nós fazemos eventos para as crianças, trazemos os meninos para assistir aos jogos. (…) Eles têm acesso, um espaço para assistir aos jogos. Você vai criando essa fidelidade entre atleta, família e clube. Damos sustentação psicológica, pedagógica, assistência social, o acompanhamento para esses meninos se desenvolverem”, explicou Erasmo.
Por fim, há também um cuidado para não dispensar atletas com potencial, com avaliações a cada três meses. Para dar fim à trajetória de determinado jovem no clube, é necessária uma votação democrática, além de uma ficha explicando todas as razões técnicas e/ou médicas para tal decisão.