FINANÇAS DO ATLÉTICO

Qual custo para troca de gramado na Arena MRV? Atlético estuda

Diretor de infraestrutura da SAF do Atlético, Carlos Antônio Pinheiro projetou custos para troca de gramado na Arena MRV
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O Atlético tem a troca do gramado da Arena MRV como uma das grandes prioridades relacionadas ao futebol. O clube, no entanto, tenta superar uma questão legal junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para iniciar os trabalhos nesse sentido. Mas qual o custo para substituir o piso esportivo no novo estádio do Galo?

A pergunta foi respondida por Carlos Antônio Pinheiro, diretor de infraestrutura da Arena MRV e, agora, também da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético. O profissional foi um dos convidados do segundo episódio do GaloCast, podcast criado pela GaloTV.

Manutenção do gramado natural na Arena MRV

Ao longo do programa, o executivo também abordou os custos para manutenção do gramado natural na Arena MRV. O Atlético gasta em torno de R$ 150 mil mensais para conservar o piso esportivo no estádio.

“Temos um custo com uma empresa especializada, da ordem de R$ 55 mil, R$ 60 mil. Esse é o custeio global. Engloba mão de obra, equipamentos, fertilizantes, a grama de inverno… Temos em torno de R$ 80 mil por mês, em média, com iluminação artificial, e média mensal de R$ 25 mil com irrigação. Se somar isso tudo aí, a gente está falando de uma ordem de R$ 150 mil, R$ 160 mil mensais.”

Carlos Antônio Pinheiro, diretor de infraestrutura do Atlético

“Para que você tenha um gramado natural, tem duas condições: ou você não realiza eventos extra futebol (ou os realiza numa frequência baixa), ou você tira o gramado para tomar sol. Em Las Vegas [nos Estados Unidos], por exemplo, eles correm o gramado por fora. Tem uma plataforma. Mas são sistemas de investimentos da ordem de US$ 300 milhões, US$ 400 milhões”, afirmou.

Carlos Antônio Pinheiro, diretor de infraestrutura da SAF do Atlético - (foto: Reprodução/GaloTV)
Carlos Antônio Pinheiro, diretor de infraestrutura da SAF do Atlético(foto: Reprodução/GaloTV)

Custo para troca do gramado

Diante das dificuldades no tratamento do gramado natural, o Atlético segue em negociações com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na tentativa de “flexibilizar” questão relacionada à permeabilidade do terreno que abriga a Arena MRV. A meta, é claro, é trocar o piso esportivo para o sintético.

Com esse objetivo, o clube já fez orçamento com diferentes empresas no marcado. Segundo Carlos Pinheiro, a troca exigirá investimento multimilionário por parte do Galo.

“Nós já temos uma tomada de preços ampla, feita junto a cinco ou seis empresas. Essas propostas já estão equalizadas. Do ponto de vista da engenharia, da infraestrutura, nosso dever de casa está feito. Temos agora que contribuir nessas tratativas com a Prefeitura para conseguir, o mais rápido possível conseguir superar isso”, disse.

“Da ordem de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões a troca. Dada a importância dessa obra, nós teríamos que arrumar esse dinheiro. (…) Nós teríamos que investir nisso, porque vai nos possibilitar operar jogos e eventos em larga escala. Lembrando que isso é bom não só para o clube.”

Carlos Antônio Pinheiro, diretor de infraestrutura do Atlético
Jogadores do Santos apontam condições ruins do gramado da Arena MRV em jogo contra o Atlético - (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Jogadores do Santos apontaram condições ruins do gramado da Arena MRV em jogo contra o Atlético(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

De toda forma, o executivo defende a elaboração de um comitê relacionado ao futebol para definir a escolha do novo piso. “Carlinhos”, como é conhecido no Atlético, assegura que o clube não pretende economizar na substituição.

“Acho que tem que ter um comitê para, eventualmente, junto com o futebol (que é o ator principal), definir isso. A gente não vai escolher pelo menor preço. Longe disso. Nós temos que escolher um gramado de mais alta performance”, afirmou.

Diretor defende gramado sintético na Arena MRV

Por fim, Carlinhos defendeu a troca para o gramado sintético na Arena MRV. O diretor de infraestrutura do Atlético argumenta que a mudança é “mandatória” para garantir a rentabilização do estádio.

“Eu não diria que é ideal. É mandatório. Se você quer operar uma arena híbrida, onde se tenha futebol e eventos, é mandatório que você tenha um gramado sintético. E vou além. Se você não tiver a contribuição dessas receitas… A viabilidade da arena é complexa. Porque hoje, as margens, de forma geral na economia, são mínimas. E em uma arena não é diferente.”

Carlos Antônio Pinheiro, diretor de infraestrutura do Atlético

“E para você pegar um investimento dessa ordem aqui, de R$ 1 bilhão ou mais, e remunerar isso, rentabilizar isso com margens pequenas, você teria que usar essa arena quase 24 horas. É muito importante ter essa arena operando o tempo todo. A gente não pode se dar ao luxo, no futebol brasileiro – e eu entendo assim -, de ter uma arena para jogar três ou quatro vezes no mês”, encerrou.

A troca para a grama sintética levaria em torno de 45 a 60 dias. A “janela” ideal para essa substituição seria ao fim da atual temporada, mas o clube ainda precisa superar a questão legal junto à PBH para que isso ocorra.

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