A permanência de Felipão no comando do Atlético para 2024 fará com que o clube mineiro passe por uma “virada” inédita no recorte dos últimos cinco anos. Desde 2019, o Galo não inicia uma temporada com o mesmo treinador que findou o ano anterior no comando da equipe.
O último a realizar tal feito foi o também experiente Levir Culpi, de 70 anos, que já comandou o Atlético em cinco oportunidades. Na última passagem, o paranaense assegurou a classificação do Galo para a Copa Libertadores de 2019, com um sexto lugar no Campeonato Brasileiro de 2018, e permaneceu para o ano seguinte.
O treinador havia sido anunciado pelo Atlético em outubro de 2018, após a demissão de Thiago Larghi. Em abril de 2019, no entanto, após goleada sofrida diante do Cerro Porteño-PAR (4 a 1) na Libertadores, acabou demitido.
Novos técnicos, novas histórias e dificuldades para continuidade de um processo
Desde a saída de Levir Culpi em 2019, Felipão é o 10° técnico a comandar o Atlético (considerando também os interinos). Foram eles: Rodrigo Santana, Vagner Mancini, Rafael Dudamel, James Freitas, Jorge Sampaoli, Cuca (duas vezes), “El Turco” Mohamed, Lucas Gonçalves, Eduardo Coudet e Luiz Felipe Scolari.
Nas transições entre temporadas, o Galo encontrou dificuldades. De 2019 para 2020, o clube optou por não dar continuidade ao trabalho de Vagner Mancini e apostou no venezuelano Dudamel.
Da temporada 2020 para a temporada 2021, o argentino Jorge Sampaoli se acertou com o Atlético para uma rescisão contratual. Cuca foi escolhido como substituto.
Depois de comandar o ano mais vitorioso da história do Galo, Alexi Stival alegou motivos pessoais para não seguir em 2022. O argentino “Turco” Mohamed foi contratado para a vaga.
O próprio Cuca retornou em 2022, mas, mais uma vez, não virou o ano no comando do Atlético. O argentino Coudet foi quem deu o pontapé inicial em 2023.
“Rara oportunidade” com Felipão
A sequência de um trabalho entre temporadas é fundamental para qualquer clube que deseja construir um projeto a longo prazo – desejo explícito da diretoria do Galo já há alguns anos. Neste sentido, o Atlético tem “rara” oportunidade com Felipão, que tem contrato com o clube mineiro até 2024. No clube desde 2020, Everson comemorou o fato inédito.
“Vai ser inédito. Do final para o começo do ano tiveram trocas de treinadores [nas últimas temporadas]. O professor Felipão já conhece o grupo, já sabe que a gente fez um segundo turno muito bom, já entendemos a metodologia de trabalho do professor, e ele já entendeu as características da nossa equipe. Então é de suma importância começar com o professor Felipão em 2024 para que a gente emende o segundo semestre tão bom que fizemos em 2023 para começar a pré-temporada e iniciar o Estadual com força máxima, com uma equipe totalmente adaptada ao seu treinador”
Everson, goleiro do Atlético
O técnico gaúcho encontrou dificuldades no começo da trajetória no Galo, com nove partidas sem vencer, mas comandou arrancada impressionante da equipe no returno do Campeonato Brasileiro e encerrou o ano com prestígio por parte da diretoria. Scolari participa ativamente do planejamento alvinegro para a próxima temporada.
Aos 75 anos, o gaúcho se adaptou às características do elenco do Atlético, encontrou formação tática que explora o melhor da dupla Paulinho e Hulk e deu indícios de que pode conduzir o clube a grandes conquistas em 2024. E é nisso que a diretoria do Galo aposta para voltar a comemorar títulos no ano que vem.