A negociação do Atlético pela compra de Gustavo Scarpa foi complexa. Nesta sexta-feira (29/12), o diretor de futebol do clube, Rodrigo Caetano, revelou alguns bastidores das conversas e respondeu as seguintes perguntas em entrevista ao SporTV: como o Galo bateu a concorrência e convenceu o meia de 29 anos a voltar ao Brasil?
Inicialmente, Caetano citou alguns motivos para a complexidade da operação. Scarpa pertencia ao Nottingham Forest, da Inglaterra, mas estava emprestado ao Olympiacos, da Grécia, o que gerava ainda mais partes envolvidas. Além disso, o jogador não se mostrava animado com a possibilidade de deixar a Europa no primeiro momento.
O Atlético também teve que lidar com a concorrência de outros clubes brasileiros, além de atender os moldes financeiros que agradavam as três partes. No fim, final feliz para o clube mineiro, que contratou Scarpa por 5 milhões de euros (R$ 26,8 milhões), com contrato até o fim de 2027.
Para Caetano, a “novela” tem um desfecho positivo para o Galo por uma série de motivos. Entre elas, a capacidade de mostrar ao jogador por que o time mineiro seria a melhor opção.
“Nós temos que criar uma série de benefícios que o clube proporciona aos atletas, porque esses jogadores que estão na Europa, em outras ligas, ao tomar a decisão de voltar ao Brasil, vão escolher qual clube que consegue mantê-lo em alta performance, na busca de títulos, onde ele vai ter a oportunidade de ser protagonista novamente. Acho que todo esse combo fez com que o Scarpa entendesse que o melhor caminho era o Galo”, iniciou Rodrigo.
Participação de Felipão e Atlético como “melhor casa”
Outro ponto citado por Rodrigo Caetano foi a participação do técnico Felipão, que foi campeão brasileiro com Scarpa no Palmeiras.
“Ainda bem que temos o Felipão conosco, agregando muita experiência e conhecimento. A participação do Felipão foi decisiva, e uma das coisas que eu sempre solicitava”, afirmou o executivo.
O diretor de futebol do Atlético também disse que, a partir do momento em que Scarpa decidiu pelo retorno, a ideia já era defender o alvinegro. Ele também revelou uma procura pelo jogador no meio do ano.
“Muito se fala da concorrência no mercado, mas em um primeiro momento o Scarpa estava relutante em voltar ao Brasil. O maior convencimento foi nele. No momento em que ele definiu a volta ao Brasil, definiu a volta para o Galo. Voltar a ser protagonista, trabalhar com o Felipão, o conheci em 2012, no Fluminense, já tinha perguntado a ele no meio do ano, e ele manteve a posição de ficar na Europa”, explicou.
Por fim, Caetano mencionou outros dois fatores que ele considera como importantes para a concretização do negócio: a Arena MRV, novo estádio do Atlético, e a disputa da Copa Libertadores.
“Agora conseguimos convencê-lo. E ele volta consciente de que a melhor casa e o melhor clube é o Galo. Tudo isso foi importante. Lembrando que o Galo é um clube sólido, uma SAF de pessoas extremamente responsáveis (…), um novo estádio, uma competição importante, que é a Copa Libertadores. Todos esses ingredientes fizeram com que o Scarpa tomasse a decisão: ‘volto ao Brasil, mas volto para o Galo”, finalizou o dirigente.