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Atlético lamenta morte de ícone do vôlei

Um dos grandes nomes do vôlei mineiro, Hélcio Nunan Macedo Morreu, na manhã desta quarta-feira (17/1), aos 94 anos

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O Atlético lamentou a morte de Hélcio Nunan Macedo nesta quarta-feira (17/1). Ícone do vôlei, ele iniciou a carreira como nadador no clube mineiro. 

“O Galo lamenta a morte de Hélcio Nunan Macedo, ex-atleta multidesportista que começou a carreira como nadador do Galo, em 1937. Helcio morreu nesta quarta-feira, aos 94 anos, em Belo Horizonte. Foi ginasta; jogador de basquete; futebol de campo e futsal, além de jogador e treinador da Seleção Brasileira de vôlei; e presidente da Federação Mineira de vôlei. Nossos sinceros sentimentos aos familiares e amigos”, publicou o Atlético.

Hélcio foi jogador, treinador, de clubes (Olympico, Mackenzie, Minas e Banco da Lavoura) e da Seleção Brasileira, além de dirigente, atuando como presidente da Federação Mineira de Vôlei (FMV), Olympico Clube e também coordenador da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei. Foi ainda chefe de ensino da Escola de Educação Física da UFMG.

O velório será no Cemitério Parque da Colina, das 8 às 11h, com sepultamento em seguida.

Nascido em 17 de junho de 1929, “Seu Hélcio”, como era chamado por todos, começou a jogar aos 10 anos, no Atlético. Permaneceu no alvinegro até os 18 anos, quando se transferiu para o Paysandu – clube tradicional de BH. Foi também jogador de futebol de salão (hoje futsal), tendo defendido Olympico e Mackenzie.

Tornou-se técnico em 1946, atividade que exercia ao mesmo tempo em que jogava. E sempre se mostrou preocupado com a formação. Tinha carinho e cuidado especial com as divisões de base.

Em 1952, assumiu a chefia da Educação Física da UFMG e levou, para lá, informações sobre vôlei, que resultou num estudo sobre o esporte e possibilitou, ao mesmo tempo, seu desenvolvimento em Minas Gerais.

Foi por influência de “Seu Hélcio”, que Belo Horizonte sediou o Campeonato Mundial de Vôlei Feminino de 1963 – o torneio masculino foi no Rio de Janeiro. A partir dessa competição, houve um grande desenvolvimento no estado, culminando com o que se vê hoje. Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de títulos nacionais: 16 (oito do Cruzeiro, sete do Minas e um do Montes Claros), atrás apenas de São Paulo, que tem 21.

Quando Carlos Arthur Nuzman assumiu a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), chamou “Seu Hélcio” para ser o supervisor da Seleção Brasileira feminina, toque inicial para a formação da Seleção permanente e a conquista dos títulos que se seguiram: dois ouros olímpicos, quatro ouros dos Jogos Pan-Americanos e 12 ouros no Grand Prix Mundial.

Em 1976 “Seu Hélcio” tornou-se presidente da FMV, cargo que exerceu até 1991, quando assumiu a presidência do Olympico Club, seu clube de coração. Em 2002, foi agraciado com a Comenda Grande Benemérito do Vôlei Brasileiro, concedida pela CBV.

“Seu Hélcio” deixa saudades em quem trabalhou com ele e em suas comandadas, algumas delas, as principais jogadoras da história do vôlei mineiro.

“Falar do ‘Seu Hélcio’ é falar do vôlei brasileiro. Um nasceu para o outro”, diz Pacome, ex-treinador e filho de Adolfo Guilherme, outro expoente do vôlei em Minas Gerais.

“Ele foi tudo na minha vida esportiva. Foi meu treinador no Minas e quem me levou para a Seleção Brasileira, quando foi o treinador, de 1967 a 1967. Era rígido, mas assim conseguia tirar o melhor de cada jogadora”, diz Leonesia Cardoso Soares Neto, de 80 anos.

“Ele foi como um pai pra mim. Logo que cheguei a Belo Horizonte, ele era o técnico e corrigiu meus erros, me ensinou a técnica. Eu morei, por algum tempo, na casa dele. Fui para a Seleção Brasileira, pela primeira vez, convocada por ele. Era um ícone”, fala Helenize de Freitas, de 79.

“Seu Hélcio’ foi importante para vários clubes mineiros, mas, sem dúvida, ele foi a vida do Olympico. Era extraordinário como gente, acima de tudo. Foi técnico da Seleção Brasileira e muito importante na história do vôlei, não só em Minas Gerais, mas no Brasil”, afirma Marta Miraglia, de 86.

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