Na manhã desta sexta-feira (16/2), chegou oficialmente ao fim a parceria entre Rodrigo Caetano e Atlético. Contratado como diretor de seleções pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o executivo deixa Belo Horizonte após pouco mais de três anos de trabalho no clube mineiro, com grandes feitos na bagagem. Após a saída do gaúcho, o No Ataque responde: quanto o Galo arrecadou com vendas de jogadores na “era Caetano”?
Caetano conviveu com certo nível de pressão por vendas de atletas desde o começo do trabalho no Atlético. Em delicada situação financeira, a associação atravessou um longo processo até se transformar em Sociedade Anônima de Futebol (SAF) – para, posteriormente, ter as dívidas assumidas pelo clube-empresa.
Um dos pilares desse projeto nos últimos anos foi a obtenção de receitas a partir da negociação de atletas. Ao todo, Rodrigo Caetano foi um dos responsáveis por fechar vendas de 26 nomes desde a chegada ao Galo.
É importante lembrar que o trabalho do diretor de futebol no Atlético também foi pautado pelo órgão colegiado e pelo comitê de futebol. Tomavam decisões relacionadas ao esporte junto ao executivo os investidores Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, o presidente Sérgio Coelho, o ex-vice-presidente José Murilo Procópio e Bruno Muzzi, hoje CEO da SAF do Galo.
Quanto o Atlético arrecadou com vendas de jogadores na “era Caetano”?*
- Edinho (Fortaleza – 2021): R$ 1,5 milhão
- Léo Sena (Spezia-ITA – 2021): R$ 8 milhões
- Marquinhos (Ferencvárosi-HUN – 2021): R$ 10 milhões
- David Terans (Athletico-PR – 2021): R$ 7 milhões
- Gabriel (Yokohama-JAP – 2021): R$ 10,2 milhões
- Marrony (Midtjylland-DIN – 2021): R$ 28,3 milhões
- Savarino (Real Salt Lake-EUA – 2022): R$ 12,4 milhões
- Dylan Borrero (New England Revolution-EUA – 2022): R$ 19 milhões
- Junior Alonso (Krasnodar-RUS – 2022): R$ 46 milhões
- Zé Welison (Fortaleza – 2022): R$ 1,25 milhão
- Maílton (Metalist-UCR – 2022): R$ 3,5 milhões
- Micael (Houston Dynamo-EUA – 2022): R$ 2,3 milhões
- Savinho (Troyes-FRA – 2022): R$ 35,6 milhões
- Guilherme Castilho (Ceará – 2022): R$ 9,65 milhões
- Eduardo Sasha (RB Bragantino – 2023): R$ 2,5 milhões
- Rafael (São Paulo – 2023): R$ 5 milhões
- Keno (Fluminense – 2023): R$ 5,6 milhões
- Calebe (Fortaleza – 2023): R$ 6 milhões
- Guga (Fluminense – 2023): R$ 7,3 milhões
- Nacho Fernández (River Plate-ARG – 2023): R$ 16,4 milhões
- Ademir (Bahia – 2023): R$ 13 milhões
- Jair (Vasco – 2023): R$ 13,2 milhões
- Nathan Silva (Pumas-MEX – 2023): R$ 19,1 milhões
- Allan (Flamengo – 2023): R$ 42,6 milhões
- Paulo Henrique (Vasco – 2024): R$ 4,9 milhões
26. Pavón (Grêmio – 2024): R$ 19,8 milhões
Total: R$ 350,1 milhões; média por ano: R$ 116,7 milhões
*Valores em reais nas épocas de cada negociação, sem correção pela inflação. Também é importante destacar que o Atlético não colocou em caixa os montantes totais de todas as transferências, já que algumas das vendas contemplaram direitos econômicos de outros clubes, comissões, etc.
Em algumas dessas transferências, o Atlético conservou percentuais de direitos econômicos dos atletas pensando em futuras vendas. Foram os casos das negociações de Savarino (20%), Savinho (12,5%) e Calebe (35%).
Enquanto algumas das saídas foram vistas como bons negócios, outras foram questionadas pela maior parte da torcida. A principal delas, talvez, seja a do atacante Savinho, que hoje brilha pelo Girona, da Espanha, e tem negociação encaminhada para defender o Manchester City, da Inglaterra, atual campeão da Champions League.
No fim das contas, o balanço do trabalho de Rodrigo Caetano no clube mineiro parece ser positivo em meio à opinião pública. Nas redes sociais, diversos torcedores lamentaram, nas últimas semanas, a perda do executivo.
Agora, o Galo concentra esforços para a definição de um novo diretor de futebol. Um dos nomes mais cotados é o do ex-goleiro Victor Bagy, ídolo histórico do clube, que hoje ocupa o cargo de gerente de futebol.