O Atlético apostou em um “velho conhecido” para o cargo de diretor de futebol. Trata-se do ex-goleiro Victor Bagy, ídolo do clube mineiro, que assume o maior desafio da carreira fora das quatro linhas aos 41 anos. O No Ataque lista, a seguir, cinco desafios do novo executivo alvinegro na função.
Victor se aposentou dos gramados em fevereiro de 2021 e, poucas semanas depois, assumiu o cargo de gerente de futebol no Atlético. “Braço direito” de Rodrigo Caetano, o ex-goleiro trabalhou, nos últimos anos, como uma espécie de elo entre atletas, comissão técnica e diretoria.
Antes mesmo da aposentadoria, Victor já se preparava para o trabalho extracampo. O profissional, formado em Educação Física (Escola Superior de Educação Física de Jundiaí), também concluiu os cursos de “Gestão Técnica no Futebol” (Universidade do Futebol) e “Executivos do Futebol” (CBF Academy).
Agora, de toda forma, o trabalho será significativamente distinto do que realizou nos últimos anos. Victor precisará evoluir especialmente no contato com dirigentes, empresários e outras figuras importantes no mundo da bola para tomar as decisões mais assertivas para o futuro do Atlético.
5 desafios de Victor como diretor de futebol do Atlético
Alinhar metas e diálogo com investidores
A partir de agora, Victor passa a integrar oficialmente o comitê de futebol do Atlético. O diretor terá diálogo constante com Sérgio Coelho (presidente do clube), Bruno Muzzi (CEO da SAF), Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador (investidores da SAF).
Ainda que tenha se transformado em clube-empresa em novembro do ano passado, o Galo segue convivendo com limitações orçamentárias. Sem dispor de expressivo volume financeiro para contratações de grande porte, o Atlético priorizou contratações sem necessidade de investimentos para aquisição de direitos econômicos nos últimos anos.
Essa realidade precisou ser enfrentada por Rodrigo Caetano, antecessor de Victor no cargo. Das 26 contratações realizadas pelo gaúcho no clube mineiro, 19 chegaram “sem custos” de transferências no mercado.
Victor, portanto, precisará atender às expectativas dos investidores que comandam o Galo. Além disso, aprimorar o diálogo com estes empresários para evitar possíveis desavenças no dia a dia de trabalho.
“Fechar” elenco para 2024
O Atlético ainda busca contratações no mercado da bola para “fechar” o elenco para 2024. O alvo mais evidente é um atacante de beirada, com características de velocidade e drible.
O clube tem negociações em andamento com o jovem colombiano Brahian Palacios, de 21 anos, que defende o Atlético Nacional-COL. A diretoria também trabalha com outros nomes no setor, mas em sigilo.
Cumprir meta de vendas para a temporada
O Atlético não divulgou a meta de vendas de jogadores para 2024, mas esta será outra das “preocupações” de Victor na gestão do futebol alvinegro. Visando a sustentabilidade financeira, a SAF do Galo também tem as negociações de atletas do clube como um dos pilares do trabalho.
Até aqui, nesta temporada, o Atlético arrecadou R$ 4,9 milhões com a venda do lateral-direito Paulo Henrique ao Vasco e outros R$ 19,8 milhões com a venda do atacante Cristian Pavón ao Grêmio. São, ao todo, R$ 24,7 milhões em saídas.
Trabalhar na renovação de contratos
Victor também precisará trabalhar para ampliar contratos de jogadores importantes para o elenco atleticano. O principal deles é o do atacante Hulk, que vence em 2024 – com cláusulas para extensão até o fim de 2025.
O camisa 7 alvinegro revelou, na última sexta-feira (16/2), que as conversas já estão em andamento. Outro com negociações para renovar vínculo com o Atlético é o meio-campista Matías Zaracho, que tem contrato até o fim de 2025.
Demais renovações devem depender do desempenho dentro das quatro linhas. Veja, a seguir, situações contratuais de alguns dos atletas atleticanos.
- Com contrato até o fim de 2024: Mariano, Bruno Fuchs (empréstimo), Jemerson, Edenilson, Pedrinho (empréstimo até o meio de 2024), Hulk, Vargas, Alan Kardec e Felipão
- Com contrato até o fim de 2025: Everson, Saravia, Igor Rabello, Mauricio Lemos, Battaglia, Alan Franco, Zaracho e Patrick
Manter diálogo com a torcida
Por fim, outra das importantes missões de Victor como diretor de futebol do Atlético será a manutenção de um diálogo aberto e transparente com a torcida. Nos últimos anos, especialmente em momentos conturbados atravessados pela equipe, Rodrigo Caetano foi ao microfone e concedeu entrevistas coletivas.
O diretor de futebol também tem o papel de blindar o ambiente interno, e espera-se que Victor siga os passos do “professor” neste sentido. O ex-goleiro deve ser mais visto em frente às câmeras de agora em diante.