Em ascensão no futebol europeu, o atacante Savinho, de 19 anos, foi convocado pela primeira vez à Seleção Brasileira principal nesta sexta-feira (1/3), pelo técnico Dorival Júnior. Em destaque no Girona, da Espanha, o atleta foi formado pelas categorias de base do Atlético e fez estreia como profissional em 2021 – ano mais vitorioso da história do clube mineiro. Mas por quanto o Galo vendeu o jovem ao Grupo City, em junho de 2022? O No Ataque relembra.
A negociação de Savinho com o Grupo City foi encaminhada pelo Atlético ainda nos primeiros meses de 2022. Àquela altura, o atacante ainda tinha 17 anos e sequer havia marcado gol pelo profissional do Galo.
As participações mais decisivas do jovem vieram na reta final da trajetória com a camisa preta e branca. Sob o comando do argentino “El Turco” Mohamed, Savinho balançou as redes contra Independiente del Valle, pela Copa Libertadores, e Santos, pelo Campeonato Brasileiro. Em confronto contra o Brasiliense, pela Copa do Brasil, também contribuiu com uma assistência.
Em 30 de junho, a venda de Savinho ao Troyes, da França (clube pertencente ao Grupo City), foi oficializada. O Atlético arrecadou 6,5 milhões de euros pela transferência do atleta – cerca de R$ 35,6 milhões na cotação da época – e conservou 12,5% dos direitos econômicos do atacante pensando em uma nova negociação no futuro.
Venda do Atlético e bônus estipulados foram motivos de críticas
Em setembro de 2023, Savinho já havia tido passagem por empréstimo ao PSV, da Holanda, e atuado pelo Girona, também por empréstimo. Naquela altura, o ge.globo teve acesso aos bônus estipulados na negociação do Atlético com o Grupo City, que poderiam render, eventualmente, novos lucros ao Galo na transferência. As condições, no entanto, foram motivos de críticas de atleticanos:
- 250 mil euros a cada 10 partidas feitas no time principal do Troyes (titular), condicionada a um máximo de seis “tranches” – total de 60 partidas). O total pago nessa cláusula não poderá ser maior do que 1,5 milhão de euros;
- 500 mil euros a cada 5 aparições do jogador no time titular: 1) do Troyes; 2) outro clube sob empréstimo do Troyes, nos dois casos, na fase de grupos da UEFA Champions League, num total de três “tranches”. Ou seja, 15 aparições no total. O total pago nessa cláusula não pode ultrapassar 1,5 milhão de euros;
- 750 mil euros a cada cinco aparições do jogador no time titular pelo Troyes ou outro clube sob empréstimo, nas oitavas, quartas, semi, final da UEFA Champions League, até no máximo 10 aparições totais. O total desta cláusula não pode ultrapassar mais do que R$ 1,5 milhão;
- 500 mil euros pagos de forma única na primeira ocasião que Savinho contribuir para 20 gols (combinação de gols e assistências) em uma única temporada do Campeonato Francês, a favor do Troyes;
- 500 mil euros pagos de forma única na ocasião que Savinho fizer sua terceira partida de titular pela Seleção Brasileira, seja na Copa do Mundo, Eliminatórias ou Copa América, sob contrato com o Troyes;
- 1,5 milhão de euros pagos de forma única na ocasião que Savinho ganhar a Bola de Ouro da revista France Football, sob contrato com o Troyes.
A esta altura, é bastante improvável que qualquer uma das metas seja alcançada e, consequentemente, que o Atlético tenha novos lucros a partir dessas bonificações. Isso porque Savinho tem transferência definitiva encaminhada ao Manchester City, da Inglaterra.
Por meio da conservação de direitos econômicos, de toda forma, o Galo deve voltar a arrecadar com a ida do atacante ao time treinado pelo espanhol Pep Guardiola. Os valores da negociação, contudo, ainda não foram revelados.
A transferência e as cifras envolvidas na saída de Savinho foram motivos de críticas de parte considerável da torcida do Atlético. Para a maioria, o jogador poderia ter rendido mais frutos ao clube caso permanecesse por mais tempo – tanto na esfera esportiva como na financeira.