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Atlético: veja quem são as mulheres homenageadas na semifinal do Mineiro

Galo enfrentou o América neste sábado (9/3), na Arena MRV, pelo jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro
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O Atlético entrou em campo contra o América neste sábado (9/3), pela semifinal do Campeonato Mineiro, na Arena MRV, com uma homenagem na camisa a mulheres ilustres em razão do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.

A camisa oficial do jogo contra o América estava com um patch especial, além do nome de mulheres mineiras que foram pioneiras e tiveram protagonismo em suas áreas de atuação e/ou atleticanas que deixaram uma rica biografia de amor ao Galo.

Veja o nome das mulheres escolhidas pelo Atlético

  • Elvira Komell

Nasceu em São João do Morro Grande, hoje município Barão de Cocais, em 24 de junho de 1906. Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na Universidade do Rio de Janeiro, em novembro de 1929. Se tornou líder do Movimento Feminista de Minas Gerais. Foi a primeira advogada a atuar em Minas Gerais, no Fórum da Comarca de Belo Horizonte, enfrentando juízes conservadores da época. Participou da Revolução de 1930, e foi a segunda mulher mineira a se alistar para ter o direito do exercício do voto. Faleceu vítima de meningite aos 26 anos.

  • Martha Miraglia

Nascida em Belo Horizonte, foi multiatleta e se destacou no vôlei, basquete e atletismo. Foi atleta do Atlético e conquistou pela seleção brasileira a medalha de ouro no vôlei nos Jogos Pan-Americanos de Chicago, em 1959. Martha foi também tetracampeã sul-americana de vôlei. É conselheira benemérita do Atlético.

  • Henriqueta Lisboa

(1901-1985) – Nascida em Lambari, foi a primeira escritora a ser eleita integrante da Academia Mineira de Letras, em 1963. Sua primeira obra, intitulada Fogo Fátuo, foi publicada quando ela tinha apenas 21 anos, o que confirma seu talento precoce. Um dos maiores impactos em sua carreira literária é a participação no movimento modernista, em 1945.

  • Cássia Eller

(1962 – 2001) – Uma das maiores cantoras e roqueiras do Brasil, ela nunca escondeu seu amor pelo Atlético. Carioca de nascimento, morou em Belo Horizonte dos seis aos 10 anos, quando aprendeu a amar o Galo e as cores preta e branca.

  • Alice Neves

(1871-1967) – Mãe de um dos fundadores do Atlético, Mario Neves, Alice Neves bordou os primeiros uniformes e bandeiras do Atlético. Era na pensão que ela possuía na rua Timbiras que os jovens estudantes se reuniram para discutir assuntos do jovem clube. Como forma de levar as meninas para torcer para o Atlético, batia de porta em porta para que as mães liberassem as suas filhas para ir aos jogos.

  • Hipólita Jacinta

(1748 – 1828) – Nascida em Prados, no Campo das Vertentes, participou de forma efetiva da conjuração mineira, o primeiro movimento anticolonial do Brasil. Ousou sair da vida doméstica e reivindicou seu lugar de fala no meio político, algo raro para mulheres na
época. Foi quem escreveu e enviou a carta dando a notícia da prisão de Tiradentes, o mais conhecido dos inconfidentes. O texto também dava orientações para que os conjurados começassem o levante militar.

  • Conceição Evaristo

(1946) – Nasceu em Belo Horizonte e se tornou participante ativa dos movimentos de valorização da cultura negra em nosso país. Seus textos vêm angariando cada vez mais leitores. A escritora participa de publicações na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. É uma das maiores personalidades da literatura contemporânea feminina brasileira e membro da Academia Mineira de Letras.

  • Vida Alves

(1928 – 2017) A atriz, autora e apresentadora nasceu em Itanhandu. Com uma carreira de mais de 70 anos, começou no rádio e depois atuou em telenovelas, contracenando com grandes nomes. Ela protagonizou o primeiro beijo em uma telenovela no Brasil.

  • Adélia Prado

(1935) – Maior poetisa do Brasil viva, Adélia Prado nasceu em Divinópolis e tornou-se Atleticana. É também romancista e consagrou-se como a voz mais feminina da poesia brasileira. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti de Literatura, com “Coração Disparado”. Publicou seu primeiro livro aos 40 anos e chamou a atenção da crítica especializada. Usa em seus poemas uma linguagem coloquial para transmitir ao leitor novos
pontos de vista sobre o cotidiano, muitas vezes o ressignificando.

  • Yara Tupinambá

(1932 ) – Nascida em Montes Claros, inicia-se nos estudos de arte com Guignard, em 1950, em Belo Horizonte. Além de ser responsável pela implantação de um programa do Ministério do Trabalho para requalificação do artesanato no estado de Minas Gerais. Em 1992, recebe o título de Cidadã Honorária de Belo Horizonte. É escolhida pela crítica diversas vezes como destaque das artes, além de homenageada com poemas, como fez Carlos Drummond
de Andrade ao escrever o poema ‘Exposição sobre a artista’.

  • Beatriz Brandão

(1779 – 1826) – Nascida em Vila Rica (atual Ouro Preto) foi uma poetisa, tradutora, musicista e educadora brasileira. Destacada pela fuga dos padrões femininos da época, durante o Segundo Reinado, constitui grande importância para a compreensão da sociedade do período.

  • Iracema Tavares

(1912 – 2010) – Mineira de Guaranésia, foi a primeira mulher na América Latina nomeada para o Ministério Público. Desde bem pequena, via na leitura um momento de prazer. Era uma mulher bem à frente do seu tempo, pois nas décadas de 1930 e 40 ser promotora de Justiça, e acima de tudo tão jovem, era algo extraordinário.

  • Marília de Dirceu

(1767 – 1851) Ela não foi apenas a musa do inconfidente e poeta Tomás Antônio Gonzaga. Natural de Vila Rica (atual Ouro Preto), foi uma mulher que não se submeteu às atribuições femininas impostas à época. Aos 25 anos pediu emancipação do pai, que morava fora, para que pudesse gerir seus próprios bens. Naquela época, a emancipação era uma forma da mulher ter sua autonomia financeira, visto que quem tomava conta dos recursos da família eram os homens.

  • Ana Cândida

(1920 – 2022) – A Vovó do Galo foi uma torcedora símbolo do Clube. Foi abraçada pela Massa por conta do amor que, mesmo com mais de cem anos de idade, dedicava ao clube. Era presença constante nas arquibancadas em jogos do Atlético até o seu falecimento.

  • Carolina Maria

(1914 – 1977) – Nascida em Sacramento (MG), é uma das mais importantes escritoras negras da literatura brasileira. Sua obra tem relevância não só literária, mas também política. Apesar de ter apenas dois anos de estudo formal, tornou-se escritora e ficou nacionalmente conhecida em 1960, com a publicação de seu livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, no qual relatou o seu dia a dia na favela do Canindé, na cidade de São Paulo.

  • Carmén Lúcia

(1954) – Nasceu em Montes Claros é jurista, professora e magistrada brasileira. É ministra do Supremo Tribunal Federal, a corte máxima do Brasil, desde 2006. Foi presidente da corte suprema e do Conselho Nacional de Justiça de 2016 a 2018.

  • Lygia Clark

(1954) – Nasceu em Montes Claros é jurista, professora e magistrada brasileira. É ministra do Supremo Tribunal Federal, a corte máxima do Brasil, desde 2006. Foi presidente da corte suprema e do Conselho Nacional de Justiça de 2016 a 2018.

  • Carlota Mello

(1915 – 2020) – Mineira de Salinas, formou-se como enfermeira pela Escola da Cruz Vermelha e se inscreveu no curso de Enfermagem de Emergência do Exército. Tornou-se tenente e ficou marcada por integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito na Itália, na Segunda Guerra Mundial, atuando na província italiana de Nápoles como enfermeira. Ela cuidou de muitos soldados feridos no combate, juntamente com um grupo de dezenas de enfermeiras brasileiras. Também sobreviveu à gripe espanhola, pandemia que matou milhões de pessoas em 1918.

  • Magda Becker

(1932-2023) – Um dos nomes mais importantes da área da alfabetização no Brasil, com reconhecimento internacional, Magda é natural de Belo Horizonte. Professora emérita da UFMG, foi uma das fundadoras da Faculdade de Educação da universidade. Magda considerava que o letramento possui uma função social e deve estar conectado com o contexto no qual o aluno está inserido.

  • Chica da Silva

(1732 – 1796) – Nascida no Serro, Chica da Silva é uma das mulheres mais conhecidas do Brasil colônia. Casada com um mercador de diamantes, é um flagrante caso de como o racismo no Brasil sempre esteve presente nas maneiras mais sutis.

  • Barbara Heliodóra

(1759 – 1819) – Nasceu em São João del-Rei e participou de reuniões da Inconfidência Mineira. É considerada heroína do movimento, por sua coragem em não deixar que seu esposo, Alvarenga Peixoto, vacilasse dizendo-lhe a célebre citação: “Trair jamais. Embora não importa, seja infinito o sofrimento cruel”. Sofreu a desventura de participar, não apenas como esposa do
Inconfidente, mas, como cidadã brasileira e heroína da tragédia que se abateu sobre Minas Gerais.

  • Tia Terezinha

(1949) – Presença constante nos jogos do Atlético, por muito tempo, organizou as crianças atleticanas para entrar em campo com o time. Junto com a Tia Célia, formou uma legião de novos atleticanos. Está eternizada na história do Galo por toda contribuição que deu ao clube.

  • Neném Aluotto

(1913 – 2003)- Foi uma torcedora fanática do Galo e que estava sempre presente nos jogos nos primeiros anos do clube. Em 1927, a redação do jornal Correio Mineiro organizou um concurso chamado “Rainha dos Sports”. Aluotto venceu o concurso, com 34.371 votos, contra 17.801 da candidata palestrina e 4.785 da representante do Fluminense. Na ocasião, Belo Horizonte tinha cerca de 90 mil habitantes, e a eleição evidenciou a popularidade do Atlético, além de mostrar que a torcida sempre foi participativa em prol do clube. Durante muitos anos auxiliou, de forma efetiva, o trabalho da doutrina espírita do médium Chico Xavier.

  • Alzira Reis

(1886 – 1970) – Natural de Minas Novas, foi a primeira médica formada no estado. Ela teve uma vida marcada pelo pioneirismo e pela luta em prol das causas femininas. Em 1913, frequentava a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Como resultado das suas ideias libertárias e da sua ousadia por “querer fazer coisas de homem”, por cerca de seis meses sua mãe não lhe dirigiu uma palavra.

  • Helena Grecco

(1916 – 2011) – Nascida em Abaeté, em 1916, fundou e presidiu em Minas Gerais o Movimento Feminino pela Anistia. O objetivo era o fim das torturas na ditadura e a vida segura dos exilados políticos. Foi o símbolo da luta pela anistia no estado. Ela se empenhou para a criação, na capital mineira, da primeira Casa Abrigo para mulheres em situação de violência. Participou também de iniciativas contra o trabalho infantil e apoiou as reivindicações do Movimento Negro.

  • Alaíde Lisboa

(1904 – 2006) – Pedagoga, jornalista e escritora, ela é mineira de Lambari. Foi membro da Academia Mineira de Letras e professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais. Escreveu diversos livros infantis e didáticos, além de ser a primeira mulher vereadora de Belo Horizonte em 1950. Irmã de Henriqueta Lisboa.

  • Tia Célia

(1928 – 2017) – Tia Célia “formou” várias gerações de atleticanos. As crianças que ela conduziu para entrar com os jogadores do Galo se tornaram pais, mães e passaram a levar os filhos aos cuidados da coordenadora dos ‘mascotinhos’. Tia Célia ficou marcada, também, por entrar em campo sempre carregando uma imagem de Nossa Senhora da Aparecida, ao lado da amiga Dona Terezinha.

  • Miguelina

(1949 – 2021) – A torcida do Galo é única no mundo, capaz de fazer uma bandeira para a mãe de um craque. Com essa homenagem para Dona Miguelina que enfrentava um câncer, Ronaldinho foi abraçado pela Massa e retribuiu o afeto. Com genialidade, gols e títulos!

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