ACÚSTICA DA ARENA MRV

Atlético: arquiteto da Arena MRV se pronuncia sobre acústica do estádio

Acústica da Arena MRV tem sido alvo de críticas de boa parte dos torcedores do Atlético; Bernardo Farkasvölgyi abordou o assunto nas redes
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A acústica da Arena MRV, novo estádio do Atlético, tem sido pauta frequentemente debatida entre torcedores alvinegros. Nas redes sociais, muitos atleticanos têm demonstrado incômodo com a dispersão do som no local, alegando dificuldades para que os cânticos das arquibancadas sejam ouvidos em todos os setores e se espalhem. Arquiteto responsável pelo projeto da nova casa atleticana, Bernardo Farkasvölgyi se pronunciou sobre o tema nesta sexta-feira (12/4).

Bernardo usou o Instagram para se comunicar diretamente com os torcedores do Atlético. Ele é um dos sócios da Farkasvölgyi Arquitetos Associados, renomado escritório de arquitetura em Belo Horizonte.

No início do pronunciamento, Bernardo se define como “atleticano fanático” e ressalta o fato de ser conselheiro do Atlético. Ele caracteriza a Arena MRV como projeto “mais importante” da vida profissional.

Contudo, o arquiteto diz não ser um dos responsáveis técnicos pela acústica do estádio. O profissional reforçou que o local foi elaborado para ser um “caldeirão” e mencionou a necessidade de que o Atlético cumprisse premissas de licenciamento perante a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para viabilizar a execução da obra.

“A partir das exigências legais, buscou-se por meio da absorção do som, garantir ou mitigar os efeitos que a edificação e seus usuários poderiam gerar a vizinhança, desde os moradores até a fauna local.”

Bernardo Farkasvölgyi, arquiteto da Arena MRV

Por fim, o arquiteto destacou que o Atlético segue avaliando a acústica do estádio e tem trabalhado para promover melhorias neste sentido. O objetivo do clube mineiro é tomar medidas que contribuam para a reverberação do som dentro da Arena MRV.

Arquiteto da Arena MRV se pronuncia sobre acústica do estádio

Olá, sou Bernardo Farkasvolgyi, arquiteto responsável pelo projeto de arquitetura, pela compatibilização de todos os projetos complementares e também pelo detalhamento da Arena MRV. Mais do que isso, sou atleticano fanático e também sou conselheiro do clube.

Nos últimos dias surgiram muitos questionamentos sobre a acústica no estádio. Antes de qualquer coisa, quero dizer que a Arena é o projeto mais importante da minha vida. É como se fosse realmente um filho para mim. Assim como é importante para mim, também é para todos os envolvidos. Por isso, não posso falar por eles, muito menos pelos responsáveis técnicos do projeto acústico.

Contudo, é importante destacar que sim, o projeto de arquitetura da Arena foi planejado para ser um caldeirão. A começar pela proximidade da torcida com o campo de jogo, mas as ideias iniciais da arquitetura devem ser seguidas e executadas nos demais projetos.

Vale lembrar também que o projeto de acústica da Arena MRV foi concebido com o foco nas premissas de licenciamento perante a Prefeitura de Belo Horizonte. A partir das exigências legais, buscou-se por meio da absorção do som, garantir ou mitigar os efeitos que a edificação e seus usuários poderiam gerar a vizinhança, desde os moradores até a fauna local.

Mas reitero, neste quesito, não posso avaliar tecnicamente, já que não é a minha área de atuação. Assim como não sou responsável por tantos outros projetos como o estrutural, incêndio, elétrico e até pela construção. O nosso escritório atuou na compatibilização destas disciplinas, de forma a possibilitar que os todos os projetos tivessem condições de serem executados, respeitado os preceitos da sua autoria e das responsabilidades aplicadas.

Portanto, aferir, definir e ponderar sobre as questões acústicas caberá aos profissionais e empresas envolvidas em seu desenvolvimento, onde a Farkasvölgyi contribuiu pouco, já que não é a sua expertise. Essas empresas, embasadas em seus conhecimentos técnicos, estudos, ensaios e laudos, podem elucidar a comunidade os caminhos adotados, bem como os próximos passos que podem ser alinhados com a direção do Clube e da Arena.

O Atlético já sinalizou que o tema segue em avaliação, objetivando ações para o enriquecimento da sonorização interna, além dos estudos de concepção física capazes de contribuir para a reverberação do som. Desta forma, tenho certeza que a nossa diretoria, que é muito competente, apresentará uma solução para a torcida.

Por fim, destaco que a minha paixão pelo Galo faz as pessoas pensarem que sou o responsável por tudo na Arena.
E não é bem assim! Sou apenas o privilegiado por receber a honra de ser arquiteto desta obra, que inclusive já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Tenho certeza que a nossa casa ainda será palco de muitas vitórias e conquistas. Porque aqui é Galo!

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