O Atlético divulgou nesta segunda-feira (29/4) o balanço financeiro de 2023 da Sociedade Anônima do Futebol. O demonstrativo contábil publicado pelo clube-empresa informou uma receita bruta de R$ 439 milhões.
O valor apurado pelo Galo em 2023 superou os R$ 411 milhões arrecadados em 2022, porém ficou aquém dos R$ 517 milhões de 2021, quando o clube se sagrou campeão da Copa do Brasil e do Brasileirão, além de alcançar as semifinais da Copa Libertadores.
A quantia também engloba receitas da associação civil. O Atlético faturou principalmente com direitos de transmissão e premiações e vendas de direitos econômicos de jogadores. Veja o detalhamento abaixo:
- Transmissão e premiações: R$ 162 milhões
- Venda de atletas: R$ 112 milhões
- Matchday (sócio e bilheteria): R$ 85 milhões
- Comerciais: R$ 63 milhões
- Clubes sociais: R$ 17 milhões
No documento, o Atlético enalteceu o crescimento de receitas de transferências: de R$ 88 milhões, em 2022, para R$ 112 milhões, em 2023.
Com recorde histórico do Clube, a receita com venda de atletas chegou à marca de R$112 milhões, segunda maior fonte de receita do Clube em 2023. As vendas realizadas foram: Allan, Nacho, Jair, Nathan Silva, Ademir, Guga, Calebe, Eduardo Sasha, Rafael, Micael, Dodô e outros.
Balanço do Atlético
O clube também apontou um ganho de 25% com sócio e bilheteria, destacando a inauguração da Arena MRV como fator de “suma importância”.
Em receitas de Matchday, nota-se um crescimento de 25% em relação ao ano de 2022. O fator de suma importância para tal crescimento foi a inauguração da Arena MRV. Dos R$ 85 milhões, cerca de R$ 52 milhões referem-se às receitas de bilheteria, enquanto o Galo na Veia chegou à marca de R$ 33 milhões.
Balanço do Atlético
Custos e despesas
No quesito custos e despesas, o Galo desembolsou R$ 419 milhões, sendo a maior parte, de R$ 329 milhões, com futebol profissional e feminino.
No relatório, o Atlético explica que “o aumento foi impulsionado pelas despesas com a folha salarial dos jogadores e pelo incremento dos custos com borderôs, que subiram em função do aumento na receita advinda de bilheterias durante o ano”.
Resultado do exercício
Levando em consideração a subtração das despesas do total de receitas, o Atlético obteve um superávit de R$ 20 milhões em 2023.
“Com a receita bruta já apresentada no relatório e os custos e despesas no ano de 2023, o Clube apresentou um superávit de R$20 milhões na soma desses dois grupos, mantendo o patamar positivo como nos anos de 2021, com R$ 123 milhões, e 2022, com R$ 18 milhões
SAF do Atlético
Todavia, em outro trecho do balanço, o Atlético apontou R$ 111 milhões de superávit. A justificativa do clube é atrelada ao “valor justo” do departamento de futebol, que “atingiu o montante de R$ 546 milhões líquidos”.
Redução da dívida
O Atlético também contabilizou redução da dívida de R$ 1,571 bilhão, em 2022, para R$ 824 milhões, em 2023. Os números não englobam os R$ 493 milhões de CRI (Certificados de recebíveis imobiliários) da Arena MRV.
Bruno Muzzi, CEO do Atlético, explicou o perfil da dívida existente no momento. Segundo o executivo, o passivo total é de R$ 1,3 bilhão, incluindo as pendências do estádio.
“O principal recado é a redução do endividamento com os aportes que foram feitos na SAF. A gente teve uma redução da dívida de R$ 747 milhões da associação do Atlético. E esse número não tem a Arena por causa de uma questão técnica. A Arena fica dentro de um fundo de investimento. Mas se a gente somar a dívida da Arena, chegamos a R$ 1,3 bilhão de dívidas.
“Saímos de R$ 2,1 bilhão, no momento da transação, para R$ 1,3 bilhão, considerando a dívida da Arena MRV”.
Bruno Muzzi, CEO do Atlético.
SAF do Atlético
O Atlético concluiu, em novembro de 2023, o processo de transformação em Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e recebeu investimento na ordem de R$ 500 milhões da Galo Holding. O clube utilizou os recursos para a quitação de dívidas.
A Galo Holding adquiriu 75% das ações da SAF do Atlético por um aporte de R$ 913 milhões. Do montante total, R$ 313 milhões representam a quitação da dívida do clube com os empresários Rubens Menin, Rafael Menin e Ricardo Guimarães.
O aporte direto de cerca de R$ 500 milhões foi dividido da seguinte maneira: R$ 400 milhões por meio da 2R Holding (Rubens e Rafael Menin) e R$ 100 milhões por meio do Galo Forte FIP, do banqueiro e empresário Daniel Vorcaro.
O Galo ainda receberá R$ 100 milhões do FIGA (Fundo de Investimentos do Galo, composto por torcedores) e mais R$ 200 milhões do Galo Forte FIP.
Galo Holding
- Rubens e Rafael Menin: 41,8%
- Associação: 25%
- Galo Forte FIP: 20,2%
- Ricardo Guimarães: 6,3%
- FIGA (ainda a pagar): 6,7%