A Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético divulgou, nesta segunda-feira (29/4), o balanço do ano de 2023. O documento detalha a redução de pendências relacionadas a empréstimos e financiamentos com instituições do mercado – movimentos que contribuíram significativamente para o aumento da dívida do clube mineiro nos últimos anos. Por meio da transformação em SAF e das renegociações, o clube-empresa alvinegro conseguiu diminuir esse saldo devedor em cerca de 45%.
De acordo com as demonstrações financeiras divulgadas pelo Atlético, o montante devido na categoria “empréstimos e financiamentos” ao fim de 2022 era de R$ 843 milhões. Nos últimos meses, os administradores da Galo Holding focaram no alongamento dos prazos dessas dívidas e também nas reduções das taxas de juros atreladas a esses débitos.
Ainda segundo o Galo, houve amortização de cerca de R$ 378 milhões das dívidas bancárias. Nas contas da SAF do Atlético, o montante devido pelo clube-empresa a instituições financeiras era de R$ 465 milhões ao fim do ano passado.
Atlético promove alteração no perfil da dívida bancária
As renegociações também foram importantes para que o clube promovesse uma alteração no perfil da dívida bancária. Ao fim de 2022, cerca de R$ 575 milhões (69% do total do ano) representavam pendências de curto prazo, enquanto R$ 268 milhões eram dívidas de longo prazo.
Ao fim de 2023, no entanto, o clube calculava ter R$ 145 milhões em dívidas de curto prazo (31% do total do ano). Os encargos com prazos maiores rondavam a casa de R$ 320 milhões.
Em documento, a SAF do Atlético enfatizou que a média das taxas de empréstimo antes da transformação em clube-empresa eram de CDI*+8%. Agora, essa média é de CDI+4%.
*O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curtíssimo prazo emitido pelos bancos.
A quais instituições financeiras o Atlético deve?
O balanço de 2023 aponta que, ao fim do ano passado, o Atlético devia cerca de R$ 465 milhões a instituições financeiras. A maior dívida é com o banco BTG Pactual (R$ 136 milhões), enquanto a de prazo mais curto é com o Indusval (7 de fevereiro de 2025).
O Galo segue com dívidas expressivas com bancos também relacionados a investidores da SAF. Ao Banco Inter, da família Menin, o clube-empresa alvinegro deve cerca de R$ 60 milhões. Ao Banco BMG-BCV, da família Guimarães, outros R$ 40 milhões. Veja o detalhamento na imagem a seguir.
O balanço de 2023 detalha que a dívida do Atlético, ao fim do ano passado, era de R$ 824 milhões – sem contar com o montante dos Certificados de Recebíveis Imobiliários acionados para concluir obras da Arena MRV. A dívida global bruta ultrapassa a casa de R$ 1,3 bilhão.