O Atlético receberá uma importante injeção nos cofres ao longo dos próximos meses. O Galo Forte FIP, fundo de investimentos liderado pelo banqueiro Daniel Vorcaro, aplicará R$ 200 milhões de forma parcelada na Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Galo.
A informação foi apurada pela reportagem de No Ataque nesta sexta-feira (31/5). Os pagamentos acontecerão a partir de junho e serão divididos em quatro ou cinco parcelas – situação ainda indefinida.
Ainda conforme apuração, o Atlético segue com planejamento de utilizar a maior parte dos recursos para reduzir o endividamento bancário. No balanço financeiro de 2023, o clube detalhou diminuição da dívida global: de cerca de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,4 bilhão.
Em fevereiro, quando o novo aporte foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do Galo, o CEO Bruno Muzzi destacou que parte desse dinheiro também poderia ser aplicada na aquisição de atletas para as categorias de base. Outra finalidade seria uma reforma da Cidade do Galo, centro de treinamentos do clube em Vespasiano.
Não há previsão de que parte desses recursos vá para o futebol profissional – seja para despesas de rotina ou contratações de atletas. “O time já está bem competitivo”, avaliou uma fonte consultada por No Ataque.
O assunto, de toda forma, ainda deve ser pauta de discussões do Conselho de Administração da SAF do Atlético. Os gestores do clube-empresa alvinegro devem definir a distribuição exata desses R$ 200 milhões ao longo das próximas semanas.
As dívidas bancárias do Atlético
As pendências relacionadas a empréstimos e financiamentos com instituições financeiras foram reduzidas em cerca de 45% numa comparação entre o fim de 2022 e o fim de 2023. Por meio dos aportes na SAF, o Galo viu o endividamento bancário cair de R$ 843 milhões para R$ 465 milhões nesse período.
O perfil desse endividamento também foi alterado. Ao fim de 2022, cerca de R$ 575 milhões (69% do total do ano) representavam pendências de curto prazo, enquanto R$ 268 milhões eram dívidas de longo prazo.
Ao fim de 2023, no entanto, o clube calculava ter R$ 145 milhões em dívidas de curto prazo (31% do total do ano). Os encargos com prazos maiores rondavam a casa de R$ 320 milhões.
Em documento, a SAF do Atlético enfatizou que a média das taxas de empréstimo antes da transformação em clube-empresa eram de CDI*+8%. Agora, essa média é de CDI+4%.
*O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curtíssimo prazo emitido pelos bancos.
Aporte de R$ 200 milhões muda composição acionária da SAF do Atlético
A injeção de R$ 200 milhões por parte do Galo Forte FIP aumenta o percentual acionário de Daniel Vorcaro na SAF do Atlético. Nos últimos meses, o banqueiro passou a se envolver mais nas decisões relacionadas ao futebol do Galo.
Composição inicial no projeto da Galo Holding
- Rubens e Rafael Menin: 50,9%
- Associação: 25%
- Galo Forte FIP: 8,2%
- Ricardo Guimarães: 7,7%
- FIGA (ainda a pagar): 8,2%
Nova composição acionária da Galo Holding
- Rubens e Rafael Menin: 41,8%
- Associação: 25%
- Galo Forte FIP: 20,2%
- Ricardo Guimarães: 6,3%
- FIGA (ainda a pagar): 6,7%
A SAF do Atlético
O clube mineiro concluiu, em novembro de 2023, o processo de transformação em Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e recebeu investimento multimilionário da Galo Holding, na ordem dos R$ 500 milhões. Os recursos foram utilizados majoritariamente para a quitação de dívidas.
A Galo Holding adquiriu 75% das ações da SAF do Atlético por um aporte de R$ 913 milhões. Do montante total, R$ 313 milhões foram convertidos em extinção de débitos do clube com os empresários Rubens Menin, Rafael Menin e Ricardo Guimarães.
O aporte direto de cerca de R$ 500 milhões foi dividido da seguinte maneira: R$ 400 milhões por meio da 2R Holding (Rubens e Rafael Menin) e R$ 100 milhões por meio do Galo Forte FIP.
O Galo esperava receber R$ 600 milhões para iniciar as operações como SAF, mas isso não foi possível porque o FIGA (Fundo de Investimentos do Galo, composto por torcedores) ainda está em processo de captação de recursos.