ATLÉTICO

Atlético contratará empresa parceira do Botafogo para analisar arbitragem

Atlético recorrerá à empresa que presta serviços a John Textor no Botafogo para monitorar decisões de arbitragem em jogos do clube
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O Atlético contratará uma empresa parceira do Botafogo para analisar a arbitragem brasileira por meio de tecnologias de Inteligência Artificial (IA). A francesa Good Game! presta serviços ao estadunidense John Textor, principal gestor da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Botafogo, desde o fim do ano passado.

A informação foi antecipada por Sérgio Coelho, presidente do Galo, em entrevista ao ge. “Quando John Textor fez as denúncias que todos conhecemos, a maioria desacreditou, mas eu não. O que estamos vendo só corrobora com a fala de Textor. O Galo resolveu contratar a mesma empresa de inteligência artificial que assessora o Botafogo”, disse o mandatário alvinegro.

A decisão do Atlético parte especialmente da insatisfação com a arbitragem do pernambucano Rodrigo José Pereira de Lima na goleada sofrida diante do Palmeiras, por 4 a 0, na última segunda-feira (17/6). A partida disputada na Arena MRV, em Belo Horizonte, ficou marcada por expulsão polêmica do atacante Hulk ainda no primeiro tempo.

Na ocasião, aos 30 minutos de jogo, Hulk reclamou com Rodrigo José após marcação de falta a favor do Atlético. Ele foi advertido com cartão amarelo pela atitude e, segundos depois, recebeu o segundo amarelo.

Na saída de campo, o atacante do Galo demonstrou indignação com a atuação do árbitro. “Eu só peço, por favor: faz leitura labial, pede para ele escrever na súmula o porquê do segundo amarelo. Botei a mão para trás e perguntei por que ele deu amarelo. Agora pode pegar câmeras, áudio, tudo. Isso é demais, velho. Isso é impossível!”, desabafou o paraibano.

Hulk, atacante do Atlético - (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Hulk reclamou com o árbitro Rodrigo José Pereira de Lima e recebeu cartão vermelho(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Dirigente do Botafogo comentou decisão da arbitragem

Após a expulsão de Hulk, John Textor usou o Instagram para protestar contra a arbitragem brasileira, de um modo geral. Nas últimas semanas, o empresário estadunidense tem se dedicado a fazer acusações de supostas manipulações em jogos do Campeonato Brasileiro.

“Dia da marmota. Dois cartões vermelhos em nove jogos. Você precisa acelerar o ritmo para acompanhar o ano passado”, publicou Textor. As falas fazem referência a um suposto favorecimento ao Palmeiras nos últimos anos.

Sérgio Coelho protestou duramente contra árbitro

Ao fim do duelo entre Atlético e Palmeiras na última segunda-feira, Sérgio Coelho fez duras críticas a Rodrigo José Pereira de Lima. Em um dos corredores de acesso ao vestiário do Galo na Arena MRV, o presidente alvinegro precisou ser contido ao desabafar.

“Está indo feliz pra casa, né? Missão dada é missão cumprida. Missão dada é missão cumprida. Faz parte”, disparou Sérgio.

Nesta terça-feira (18/6), em entrevista à Rádio Itatiaia, o mandatário do Atlético disse ter rompido relações com Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Sérgio Coelho assegurou ter contactado Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, para tratar sobre erros que prejudicaram o Galo nas últimas semanas.

CEO de empresa já deu declarações polêmicas sobre arbitragem brasileira

CEO da Good Game!, o francês Thierry Hassanaly já causou polêmica em entrevista ao ge, em janeiro. O profissional afirmou que a companhia estava praticamente convicta da possibilidade de manipulação de resultados no Brasileirão.

“Temos muitos clientes, federações, clubes, serviços de investigação policial e de justiça e também casas de apostas. Para casas de apostas, monitoramos partidas de competições de vários lugares, do Brasil, África, Meio Oeste, América do Sul. Sobre algumas partidas do Brasileirão, baseado em nossas ferramentas, tecnologia e soluções, estamos 99% convencidos de que alguns jogos foram manipulados”, declarou.

Em outra fala, Hassanaly explicou brevemente os métodos de operação da Good Game!. “Nosso método é simples de entender. Temos duas etapas no processo. A primeira é humana, com operadores, como um videogame. Depois, coloca os dados nos sistema de algoritmo, e ele diz se a partida é manipulada ou não. Em um jogo, temos dois operadores. E temos um supervisor, que trabalha em outros jogos ao mesmo tempo”, acrescentou.

No ano passado, a empresa elaborou relatórios que acabaram por apresentar erros que prejudicaram o Botafogo e outros que favoreceram o Palmeiras no Campeonato Brasileiro. As denúncias encabeçadas por John Textor, baseadas nestes documentos, impulsionaram a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Resultados e Apostas Esportivas.

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