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Defesa do Atlético preocupa? Milito nega e faz longo desabafo: ‘Gosto de jogar assim’

Após 11º jogo seguido do Galo levando gol, treinador argentino rebate críticas ao sistema defensivo e cita vontade por protagonismo do time
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O Atlético foi vazado pelo 11º jogo seguido na temporada no empate por 1 a 1 com o Juventude, nessa terça-feira (16/7), no Mané Garrincha, em Brasília, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o técnico Gabriel Milito fez um longo desabafo ao ser questionado sobre a defesa do time.

A última vez em que o Galo não levou gol de um adversário foi em 28 de maio, na goleada por 4 a 0 sobre o Caracas, na Arena MRV, pela sexta e última rodada do Grupo G da Copa Libertadores.

Desde então, o time lidou com muitos desfalques entre lesões, suspensões e convocações e não conseguiu manter o nível. Além disso, jogou com um a menos nas derrotas para Palmeiras, Flamengo e Botafogo, que juntas resultaram em 11 gols contra.

Com essa sequência, o Atlético tem a segunda pior defesa do Brasileiro, com 25 gols sofridos, ao lado do Vitória. O Vasco é o time mais vazado da competição, com 26.

A visão de Milito sobre o tema

Apesar de o grande tema do empate do Atlético com o Juventude ter sido as chances perdidas, a defesa da equipe voltou a ser questionada, e Milito rebateu as possíveis críticas.

O treinador afirmou que o sistema defensivo não o preocupa, especialmente pelo desempenho nesse jogo. O Galo cedeu apenas oito finalizações ao adversário e uma chance clara – justamente a que Jean Carlos aproveitou para empatar a partida.

Milito citou as especificidades das goleadas sofridas para os três primeiros colocados da Série A e disse que “a partida perfeita não existe.” Ao longo do desabafo, ele deixou claro que não vai recuar o time mesmo durante as vitórias e citou a vontade de jogar para frente, com o protagonismo que o clube pede. 

O empate deixou o Atlético na 10ª posição do Brasileiro, com 22 pontos – a cinco de distância do São Paulo, primeiro time do G6. O Galo volta a campo para enfrentar o Vasco no domingo, às 16h, na Arena MRV, pela 18ª rodada da Série A.

Leia o desabafo de Milito na íntegra

“Se nós fizéssemos mais um gol, sairíamos com três pontos. Se tivéssemos feitos três, quatro gols que poderíamos ter marcado também sairíamos com três pontos. (A defesa) Não (é uma preocupação). Hoje não.

Se a preocupação é nas partidas em que levamos muitos gols porque jogamos contra grandes equipes e ficamos com um jogador a menos. Com o Botafogo ficamos com um a menos durante 80 minutos, com o Palmeiras ficamos com um a menos, contra o Flamengo também. Só nisso tem 11 gols.

Aconteceu? Sim. Acontece sempre? Não. Se vê sempre o lado negativo desse aspecto, mas não olhamos o lado positivo. Eu gostaria que revissem o jogo, e se quiser, revisamos juntos, assim fica mais claro. Quantos inícios (saída de bola) teve o rival? 20, 30, de seu goleiro? Quantas vezes cruzou a metade do campo ou não, quantas vezes recuperamos ou não a bola.

Agora, se pressionamos todo o tempo e eles geram 15 situações de gol por jogo, isso tem que revisar e é preocupante. Isso não aconteceu contra o São Paulo nem hoje (terça-feira).

Agora, eu como treinador quero que não cheguem à área uma vez, que cruzem a metade do campo nem uma vez. Mas nós, empatando o jogo, não podemos ir para trás, porque nosso estilo e a grandeza deste clube e dos jogadores que eu conto somos obrigados a assumir esse protagonismo.

Não obrigados. Melhor dizer que eu gosto de jogar assim. Não gosto de sofrer gols, receber contra-ataques. Gostaria de chegar quatro vezes e marcar quatro gols. Essa é a eficácia do jogo. Agora, isso não acontece nem com nós nem com nenhum rival do mundo, que cada ataque termine em gol. Não, estamos jogando em nível profissional, os rivais defendem bem. É difícil. Não sei se me compreende.

Agora, quantas vezes o Juventude tentou atacar hoje? E quantas vezes gerou perigo? Quantas? Isso você viu? (Repórter diz que o Juventude chutou a gol nove vezes). Bom, depois olhe as qualidades das finalizações, porque nós tivemos 22, mas não creio que esses 22 foram situações de gols, só seis ou sete poderiam ter saído gol, o resto não havia possibilidade de gol. Agora, quantos arremates do Juventude poderia ter sido gol? Me compreende? Uma coisa é a finalização, e outra é a finalização com perigo. 

O único (ponto) negativo hoje foi não ganhar a partida quando tivemos tudo para isso. Cada jogo sempre deixa coisas para melhorar e revisar. A partida perfeita não existe. Seguiremos recebendo ataques dos rivais porque eles jogam, seguiremos atacando e errando gols, mas devemos melhorar a eficácia de cada gol. Mas quanto mais ataques geramos, mais opções temos e mais possibilidade de marcar teremos. 

Em um jogo com dois, três ataques, todo atrás, veremos se com dois, três contra-ataques podemos marcar gols. Muito menos com 1 a 1. A equipe jogou com a valentia que eu quero e para frente, controlando muito bem seus contra-golpes. Em algumas oportunidades nos contra-atacaram? Claro, sei que isso vai acontecer. Mas quantas possibilidades tiveram e quantos (gols) puderam fazer? Dois? Três? Cinco? Ok. Quantas tiveram? 30, 40? A porcentagem é algo positivo. Isso eu gostaria de conversar com você.”

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