Para seguir competindo em alto nível no cenário nacional, o Atlético enxerga as categorias de base como pilar fundamental. Nesse sentido, em entrevista concedida em 11 de julho, Bruno Muzzi, CEO da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Galo, revelou os planos para os jovens que defendem o clube e citou um time sul-americano como referência.
Muzzi afirmou que os dirigentes alvinegros identificaram carências na estruturação das categorias de base do Atlético. Pontos-chave como alimentação e monitoramento de treinos passarão a receber maior enfoque.
“A gente acha que precisa realmente voltar a investir na infraestrutura da base. O Atlético tinha poucas categorias para a estrutura atual do CT – que já foi o melhor do Brasil. Hoje, é um ótimo CT, mas tem muito para evoluir ainda. A gente precisa fazer isso. Investir novamente em coisas simples, mas importantíssimas. Quantidade de cozinhas, que a gente já identificou que precisa melhorar a alimentação. Monitoramento de treinos, toda a parte de tecnologia que tem no profissional tem que ter na base.”
Bruno Muzzi, CEO da SAF do Atlético
Clube sul-americano é referência para o Atlético
O CEO do Atlético também comentou as visitas de benchmark que realizou. A expressão em inglês diz respeito à estratégia de uma empresa ao pesquisar profundamente as práticas de uma “concorrente” do mesmo setor, com o objetivo de aprimorar processos internos.
Para Bruno Muzzi, o Independiente del Valle, do Equador, é uma referência para o Atlético no quesito categorias de base. O clube de Quito investe em uma formação completa para os atletas mais jovens.
“Fizemos algumas visitas de benchmark. Fomos no Benfica, fomos no Sporting (ambos de Portugal). Eu fui a Quito, no Equador, visitar o Independiente del Valle, que é uma referência gigante para a gente na formação de base”, disse.
“Eu acho que tem um investimento em metodologia. E quando eu falo metodologia, é educação da base, com formação adequada, porque o intelectual desses jogadores é muito forte. Em todos esses clubes, isso acontece. Formação também dos profissionais que ali acompanham. Formação de acompanhamento social e acompanhamento didático”, prosseguiu.
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Alternativas para melhorar a transição no Atlético
Na sequência, o executivo apontou alternativas para que o Atlético aprimore a transição de atletas da base para o profissional. Muzzi disse acreditar que o Galo precisa oferecer melhores condições para a evolução física desses jogadores e citou “departamentos de empréstimos” de clubes europeus como exemplo nesse sentido.
“A gente tem um planejamento de melhorar também a estrutura de academia, para que a transição da base para o profissional facilite. Porque, às vezes, o jovem vem até 17, 18 e, na hora que muda para o profissional, tem um choque até físico. Muda alimentação… A gente quer diminuir isso”, frisou.
“Na Europa, você tem equipes Bs que facilitam essa transição. Tem categoria sub-23, que a gente não tem. E tem departamentos especializados em empréstimos de jogadores para que eles possam ter exposição, para que possam de fato começar a desenvolver para poder fazer a transição mais fácil. Hoje, o empréstimo no Brasil é visto com maus olhos, mas na Europa é visto com muito bons olhos”, acrescentou.
Por fim, o CEO alvinegro apontou as limitações orçamentárias do Atlético como “desafio” para que esses planos sejam colocados em prática. De toda forma, elegeu o investimento nas categorias de base como “um dos mais importantes” para o clube nos próximos anos.
“A gente precisa trabalhar adequadamente essa transição. Muitas dessas coisas a gente já identificou. Estamos fazendo estudos para que isso de fato comece a acontecer em 2025. Qual é o desafio? O desafio é conseguir viabilizar todos esses investimentos dentro dessa questão orçamentária. Mas nós precisamos fazer. Talvez seja um dos investimentos estratégicos mais importantes para o Atlético nos próximos anos.”
Bruno Muzzi, CEO da SAF do Atlético