ATLÉTICO

Milito defende trabalho de longo prazo no Atlético: ‘Creio nos processos’

Criticado por parte da torcida do Atlético e da imprensa, Gabriel Milito defendeu filosofia sobre futebol e pregou continuidade
Foto do autor
Compartilhe

“Eu creio nos processos. Sei que necessito de resultados para construir esse processo. Se perde, perde, perde em 10 jogos seguidos, a torcida perde a paciência, troca-se o treinador e vamos por outro, não? Eu sou um convencido que todos os treinadores que saem de um equipe, se dão continuidade (ao treinador), essas equipes melhoram com o tempo. Por uma questão de trabalho, de continuidade de trabalho. Há um time muito grande que troca de treinador permanentemente, mas os resultados não se modificam – seguem sendo os mesmos. A solução é trocar o treinador?”

Gabriel Milito, técnico do Atlético

Distante do abatimento apresentado em entrevista coletiva no último sábado (24/8), no Mineirão, o técnico Gabriel Milito, do Atlético, se mostrou mais “leve” diante dos jornalistas no MorumBis, em São Paulo, nessa quarta-feira (28/8). Após vitória sobre o São Paulo, por 1 a 0, em jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, o treinador argentino defendeu trabalhos de longo prazo no futebol.

Milito vinha sendo criticado por parte da torcida e da imprensa em virtude do rendimento da equipe alvinegra nas últimas semanas. Oscilante, o Atlético somava avanços nas copas, mas acabou por deixar pontos importantes pelo caminho na Série A do Campeonato Brasileiro.

“É um processo. Eu creio nesta equipe, sei que tem um potencial muito grande, que o começo foi muito bom e depois tivemos dificuldades e que, neste momento, obtivemos os objetivos (…). O problema tem sido no Brasileirão. Ninguém quer que isso aconteça, mas acontece. E aprendemos das derrotas também. Crescemos a partir da derrota. Não queremos perder. Queremos crescer ganhando, mas em um processo que leva nada mais que cinco meses, cinco meses, o balanço em linhas gerais não é super bom, mas é correto”, analisou Milito.

Milito traça paralelo com esportes populares nos Estados Unidos

Na mesma resposta, o treinador argentino do Atlético disse ser fã de esportes populares nos Estados Unidos. Ele mencionou o tempo de trabalho dado aos treinadores das equipes estadunidenses como um diferencial.

“Eu gosto muito dos esportes nacionais americanos. Basquete, beisebol, agora o futebol. Tem quatro ou cinco esportes que dão cinco anos de trabalho a um treinador. Para construir uma equipe, para trocar jogadores, incorporar outros jogadores. Esse processo é assim. Aqui, na América do Sul, não há paciência. Se ganha, é muito bom. Se perde, é um desastre. Fazendo o mesmo! Acontece no Brasil, na Argentina, em qualquer lado”, opinou.

“Isso é o que eu creio. É uma percepção minha. Que os processos, a longo prazo, terminam saindo bem. Terminam saindo bem. Nessa fase de construção, pode ir muito bem, cair, voltar a ir muito bem, cair, até que o time se equilibra e tem um funcionamento já mais contínuo, mais regular. Mas isso é processo”, prosseguiu.

Gabriel Milito, técnico do Atlético, em ação diante do São Paulo - (foto: Pedro Souza/Atlético)
Gabriel Milito, técnico do Atlético, em ação diante do São Paulo(foto: Pedro Souza/Atlético)

Milito também prega tempo de adaptação para reforços

Na atual janela de transferências, o Atlético passou a contar com cinco reforços. Chegaram ao clube os zagueiros Junior Alonso e Lyanco, o volante Fausto Vera, o meia-atacante Bernard e o atacante Deyverson.

Ao dar continuidade ao raciocínio, Milito pregou a necessidade de que essas contratações tenham tempo para adaptação ao sistema de jogo da equipe. “É o meu pensamento e o que eu sinto”, frisou.

“Nos chegaram cinco reforços. Cinco reforços são 50% de um time – sem contar o goleiro. Se eu coloco os cinco todos juntos… Claro, há jogadores que estão desde o primeiro dia e tem mais trabalho, compreendem melhor a ideia. Esses jogadores que vêm têm que, pouco a pouco, incorporar algumas coisas que eu gosto e são fundamentais do nosso modelo de jogo – quando temos a bola e quando não temos”, disse.

“Mas é quase impossível que cheguem e, com dois treinamentos, três conversas e quatro imagens de vídeo, compreendam tudo. Não. Eles têm que passar pela situação, ter acerto, ter erro, corrigir o erro e aí está a evolução. Mas essa é uma opinião pessoal. Não quer dizer que seja a verdadeira, tampouco tempos que concordar. Mas é o meu pensamento e o que eu sinto”, concluiu.

O Galo voltará a campo no domingo (1/9), a partir das 11h, para enfrentar o Grêmio pela 24ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A partida será disputada na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

Compartilhe