Em 1974, o início do mês de setembro marcou a disputa da Taça Governador Rondon Pacheco em Belo Horizonte. No aniversário de nove anos do Mineirão, mais tradicional palco do futebol no estado, dois clubes da capital mineira e dois portugueses integraram o torneio amistoso. Há exatos 50 anos, o Atlético enfrentava o Sporting comandado por Alfredo Di Stéfano, um dos nomes mais importantes da história do esporte.
O argentino-espanhol Di Stéfano se firmou como um dos maiores jogadores do futebol mundial por meio da carreira que durou de 1945 a 1966, com brilho representando a camisa do Real Madrid-ESP. Em 1974, o trabalho à frente do Sporting era o quarto como técnico, após passagens por Elche-ESP, Boca Juniors-ARG e Valencia-ESP.
Em um Mineirão dividido entre torcedores de Atlético e Cruzeiro, no dia 3 de setembro daquele ano, o Galo abriu a noite de jogos diante dos “Leões”. A edição do jornal Estado de Minas de 4 de setembro definiu o enfrentamento como “uma grande partida, disputada em alta velocidade, fazendo vibrar a massa”.
Naquela ocasião, o time alvinegro foi escalado pelo lendário Telê Santana com Zolini; Getúlio, Grapete, Márcio e Cláudio; Vanderlei Paiva e Marcelo Oliveira; Paulinho, Campos, Dadá Maravilha e Romeu.
Dominante no início do confronto, o Atlético se apoiava nos ataques pelo lado direito e na movimentação de Dario e Campos para criar situações de perigo, ainda que tenha pecado pela “falta de tranquilidade nas finalizações”, segundo o EM.
O primeiro gol alvinegro saiu com Campos, logo aos 5 minutos, após jogada individual de Marcelo Oliveira. Apesar disso, aos 20 minutos, Marinho Mateus aproveitou escanteio cobrado por Dé para, com finalização de primeira, empatar a partida para o Sporting no Gigante da Pampulha.
Aos 30 minutos, o Galo respondeu com “gol explosivo” de Dadá Maravilha – assim batizado pelo próprio atacante. A partir de novo lance individual de Marcelo Oliveira, o “Peito de Aço” deu drible curto, deslocou o goleiro adversário com ameaça de chute e colocou a bola nas redes para desempatar novamente o placar.
“Sabe como é: o carro ainda está rateando. Me sinto um pouco pesado, fora de minha melhor forma física. Um pouco mais de paciência comigo. Vou treinador duro nos próximos dias para pegar o Cruzeiro domingo. É do clássico que a massa gosta, e preciso estar bem e ganhar deles, convencendo a torcida”, declarou o jogador na oportunidade.
Após o intervalo, o cenário do duelo se inverteu e teve um Sporting superior no Mineirão. Ainda conforme relato do Estado de Minas, Di Stéfano orientou o time português a se aproveitar das subidas do lateral-direito Getúlio, do Atlético, por meio de lançamentos longos para o ponta Dé.
Livre no setor, Dé ofereceu trabalho para a defesa do Galo. Logo aos 3 minutos, o atacante driblou Márcio, Grapete, Vanderlei, Getúlio e Zolini, deixando Marinho Mateus livre para selar novamente a igualdade no placar: 2 a 2.
O Atlético chegou a evoluir com a entrada de Arlen na vaga de Paulinho, mas não conseguiu a vitória. “O Atlético cansado, com alguns jogadores mostrando que não estão levando a vida regrada que a profissão exige, e o Sporting na defesa, satisfeito com o empate que, afinal de contas, foi um prêmio ao seu esforço”, analisou o EM.
Aquele seria o primeiro dos dois únicos confrontos entre Atlético e Sporting na história. Posteriormente, em 18 de agosto de 1977, o Galo venceria os Leões, por 1 a 0, em amistoso no Estádio de Balaídos, em Vigo, na Espanha.
