“Marinheiro de primeira viagem” no futebol brasileiro, o técnico Gabriel Milito completa, nesta terça-feira (24/9), seis meses no comando do Atlético. Entre altos e baixos, o argentino segue com sonhos importantes nas copas e um desafio de peso na Série A do Campeonato Brasileiro.
Na tarde de 24 de março, um sábado, Milito era anunciado como treinador do Atlético. Durante pausa do futebol brasileiro para a Data Fifa, o “Marechal” chegava ao Galo com a missão de substituir o experiente e multicampeão Felipão.
O início foi de sucesso imediato, com título do Campeonato Mineiro diante do arquirrival Cruzeiro e 12 jogos de invencibilidade. Posteriormente, especialmente em virtude de uma extensa lista de desfalques, a equipe alvinegra caiu de produção e os resultados se transformaram em reflexo claro desta instabilidade.
Mais recentemente, o argentino fez o Atlético reencontrar o caminho das boas atuações por meio de uma proposta significativamente distinta da filosofia de futebol da qual é adepto: com um estilo de jogo mais conservador, priorizando a consistência defensiva e apostando nos contra-ataques.
No Brasileiro, a campanha está abaixo das expectativas. Antes tido como um dos candidatos ao título, o Galo é apenas o nono colocado na tabela de classificação, com 36 pontos – a seis de distância do Bahia, primeiro clube na zona classificatória para a Copa Libertadores de 2025.
Por outro lado, o Atlético briga firme nos mata-matas. O time mineiro disputa as quartas de final da Copa Libertadores contra o Fluminense e enfrentará o Vasco nas semifinais da Copa do Brasil.
O que Milito precisa melhorar no Atlético?
Em momento crucial da temporada, o Atlético precisa demonstrar evolução imediata. A atuação dos reservas na vitória sobre o RB Bragantino (3 a 0), no último domingo (22/9), deixou ótima impressão aos torcedores – mas os titulares precisam apresentar mais se quiserem seguir “sonhando alto”.
O principal desafio para Gabriel Milito a esta altura de 2024 é unir a consistência defensiva apresentada nos últimos compromissos pelos mata-matas à produtividade ofensiva do início do trabalho. Missão complexa, de dura execução, mas possível para uma equipe que dispõe de peças de renome no cenário nacional.
No aspecto defensivo, dois problemas apresentados pelo Galo na temporada estiveram relacionados às bolas paradas e à proteção da entrada da área (finalizações adversárias de média distância). Pontos de foco absoluto para um grupo que almeja conquistas importantes.
Já na fase ofensiva, criar mais chances de gol é prioridade. O cenário exige a elaboração de mais dinâmicas de ataque, principalmente no terço final, com maior aproximação dos homens de frente – especialmente Paulinho e Hulk. Além, é claro, da elaboração de mais alternativas para chegar à meta adversária.
O trabalho do meia de criação também precisa evoluir. A função exercida por Bernard desde meados de julho tem deixado a desejar no Galo – e passa pelo trabalho de Milito a urgência de encontrar soluções no setor.
Milito “comemora” seis meses de Atlético com decisão pela Libertadores em mente
Nesta quarta-feira (25/9), a partir das 19h, o Atlético receberá o Fluminense na Arena MRV, em Belo Horizonte, pelas quartas de final da Libertadores. O Galo perdeu o jogo de ida no Maracanã, no Rio de Janeiro, por 1 a 0.
Em desvantagem, os comandados de Milito precisarão vencer por dois gols de diferença no compromisso decisivo de volta para avançarem às semifinais do principal torneio do continente – ou por um tento de vantagem para levar a decisão da vaga aos pênaltis.