ATLÉTICO

Ator detona Atlético por retirada de imagem de Fred Melo Paiva: ‘Esperando a hora de ser apagado’

Torcedor do Atlético, o ator Daniel de Oliveira brincou que também espera ser apagado de mural no entorno da Arena MRV após retirada da imagem de Fred Melo Paiva
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Ilustre torcedor do Atlético, o famoso ator Daniel de Oliveira detonou o clube após a retirada da imagem do jornalista Fred Melo Paiva, colunista do Estado de Minas, do Mural Alvinegro, no entorno da Arena MRV, nessa terça-feira (8/10).

Daniel se manifestou por meio do Instagram do Território do Galo, bar administrado por ele localizado à frente da entrada principal do estádio. Ele brincou que espera ser apagado também da arte em breve e ironizou a justificativa dada pela comunicação da Arena, que disse que”imagens serão trocadas para homenagear número maior de atleticanos”.

“(Fred é) um dos atleticanos mais importantes da história. Já me apagaram do Mural Alvinegro? Eu estou ali do lado…só esperando a hora de ser apagado! Dar espaço para outros, ok, mas que é estranho assim tão rápido, isso é!”

Daniel de Oliveira, ator
Mural Alvinegro, do Galo - (foto: Reprodução)
Mural Alvinegro sem a imagem de Fred Melo Paiva(foto: Reprodução)

Hulk e outros torcedores do Atlético também se manifestaram

Na internet, torcedores do Atlético pediram respeito. “Os Menin estão manchando a história mais bonita do futebol brasileiro”, escreveu um. “Não entendi esse ataque ao Fred. Ele merece respeito”, disse outro. Palavras como “boicote” e “absurdo” também foram compartilhadas por alvinegros.

O atacante Hulk não compartilhou nada, mas não precisou. Uma simples curtida entregou o posicionamento do camisa 7. Ele interagiu com vídeo publicado pelo jornalista Guilherme Frossard que representa a indignação dos atleticanos.

“Eu consegui confirmar que sim, foi uma orientação, uma ordem, chamem como quiser, da SAF, que o rosto do Fred Melo Paiva fosse apagado. Porque é um crítico dos atuais donos da SAF do clube. Isso, para mim, é um desrespeito evidente à história democrática do Clube Atlético Mineiro. Se querem deixar esse muro como uma representação do torcedor, eles têm que entender que o Clube Atlético Mineiro é de todo mundo. A SAF pode ser de alguém, 60% de um, 30% de outro. O Clube Atlético Mineiro é meu, seu e do Fred também”, disse o jornalista, revoltado.

Fred Melo Paiva

A paixão de Fred Melo Paiva pelo Atlético ficou conhecida nacionalmente pelo êxito de suas crônicas no jornal Estado de Minas. Em 2013, ele lançou o livro “O Atleticano vai ao Paraíso – Do Quase Rebaixamento à Conquista do Título Impossível”, com 78 colunas publicadas no jornal.

O diretor de Redação do Estado de Minas, Carlos Marcelo, considerou a ação lamentável e destacou: “Fred consegue traduzir, em palavras, a paixão atleticana. Foi assim que formou o hábito de leitura e conquistou a admiração do torcedor do Galo ao longo dos doze anos que escreve semanalmente a sua ‘coluninha’, como ele chama os seus textos, sempre inspiradíssimos, que fazem sorrir, se indignar, emocionar. E isso ninguém é capaz de apagar.”

No Estado de Minas, o jornalista publica uma crônica semanalmente, aos sábados, sob o ponto de vista do torcedor atleticano. Leia, a seguir, a mais recente.

Leia a mais recente crônica de Fred Melo Paiva

“Apesar dos mais de 13 anos em que labuto neste ofício de “colunista do Galo”, entendo cada vez menos sobre a tática do futebol, essa física quântica para mim tão insondável quanto a arte de se tocar um violão. Ou uma gaita, que eu também tentei – assassinando logo de cara o solo de “Blowin’ in the Wind”, transformado em guinchos de um animal ferido. A resposta soprada pelo vento não deixou margem a novas aventuras (eu também já havia espancado antes uma bateria): limite-se a tocar apenas o interfone.

Desconfio que as notas musicais se alojam na mesma porção do meu cérebro onde se encontram os esquemas táticos do futebol, além das línguas estrangeiras que falo de forma macarrônica e bem longe de um Barilla, muito mais uma Vilma ou Renata – justamente a porção onde ficam os miolos moles, aquela parte extraviada de algum asno e que veio a aproximar o homem e a minhoca.

Convidado a escrever neste espaço, era como se estivessem a contratar para crítico musical um surdo absoluto. Aceitei, fiando-me exclusivamente na minha capacidade como ordenhador de pedras, e de fato nisso eu sou bom, assim como sei encher uma linguiça de forma bastante aceitável.

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