O Atlético chegou às finais da Copa Libertadores e da Copa do Brasil jogando de diferentes formas, o que dá margem à comparação com um camaleão. Se no início da trajetória no clube o técnico Gabriel Milito não abria mão da ofensividade, isso mudou com o decorrer do tempo.
Fora de casa, o time tem se destacado defensivamente, enquanto na Arena MRV se porta de maneira mais ofensiva e constrói bons resultados. O roteiro se repetiu nessa terça-feira (29/10), e o alvinegro garantiu a classificação no torneio continental ao empatar em 0 a 0 com o River Plate no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires-ARG, após vitória na ida por 3 a 0.
Em entrevista coletiva, Milito explicou os motivos para o Atlético se adaptar a cada partida. Além do calendário, há também o contexto de cada confronto.
“O futebol cada um sente, e tudo o que se sente tentamos transmitir aos jogadores. Dentro disso, há melhores e piores momentos. É impossível sustentar uma temporada tão cheia de jogos no futebol brasileiro, e manter um nível que todos querem, mas que é muito difícil de alcançar permanentemente”, destacou.
Os diferentes estilos do Atlético
Contra o River, o Atlético até teve chances no ataque, mas priorizou a defesa devido à larga vantagem. Ou seja, mais uma vez a equipe soube se portar de acordo com o momento.
“Temos que tentar jogar de acordo com a necessidade, com o que eu sinto. E de acordo com o momento da equipe. Há momentos em que vejo que está bem para atacar, e propomos os ataques. Em outros momentos tem que defender e defenderemos, porque temos a vantagem. Há que fazer o que mais convém, de acordo com o momento da equipe”, disse.
Milito ressaltou que tem convicção nas ideias táticas, mas entende a necessidade de o Atlético se defender mais em determinados jogos.
“Eu creio fortemente nas minhas ideia futebolísticas, mas entendo também há momentos em que precisamos ter fortaleza defensiva. Não é sempre pressionar à frente, que é uma constante da nossa equipe”, iniciou.
“Às vezes é necessário reduzir espaços mais para trás, jogar mais direto, sem tanta posse de bola. E a cada dia interpretamos isso melhor, porque o problema de jogar da maneira que seja é a interpretação. Quando há que jogar curto, é para jogar curto. Mas quando jogar longo, vai jogar longo”, completou.