Abalado, o técnico Gabriel Milito admite que o Atlético vive uma crise esportiva, mas tem dificuldade em apresentar uma explicação. Na noite deste sábado (16/11), o time teve mais um desempenho abaixo do esperado e perdeu por 1 a 0 para o Athletico-PR, na Ligga Arena, em Curitiba, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro.
São sete jogos sem vitória, incluindo derrotas incontestáveis para o Flamengo nas finais da Copa do Brasil. E tudo isso no momento mais decisivo da temporada, há menos de duas semanas da final da Copa Libertadores, contra o Botafogo.
“Primeiro devemos reconhecer que estamos jogando abaixo do que a equipe já foi capaz de jogar. Estamos atravessando um momento muito complicado, futebolisticamente falando. O nível coletivo está muito abaixo do que todos imaginamos. Há que superar essa crise esportiva urgentemente”, analisou Milito.
“Por que estamos assim? É difícil encontrar uma explicação. Sei que as equipes têm momentos melhores e piores, mas claramente estamos em um momento futebolístico muito abaixo do que podemos oferecer”, completou.
Desempenho ruim contra o Athletico-PR
O Atlético até teve mais a posse de bola contra o Athletico-PR, mas produziu pouco ofensivamente. O sistema defensivo também não ajudou, e o time cedeu muito espaço ao adversário.
Milito lamentou muito a atuação da equipe em Curitiba. O argentino citou a dor da derrota nos jogadores e na torcida e se mostrou preocupado para o fim da temporada.
“A partida de hoje, pontualmente, defendemos mal. Não geramos perigo, fizemos uma partida ruim. Isso me preocupa muito. Com toda a dor que geram essas derrotas, entendendo também a dor que provoca nos jogadores e nos torcedores”, afirmou.
O resultado deixou o Atlético na 10ª posição do Brasileiro, com 42 pontos, a cinco de distância do Cruzeiro, que abre o G7 – zona de classificação para a próxima Libertadores. Milito destacou a importância que a partida tinha para o elenco, mas reconheceu a falta de produtividade.
“Temos que fazer esforços para encerrar o campeonato da melhor maneira possível. Não imaginávamos, nenhum de nós, uma partida como a de hoje. Sabíamos que iríamos enfrentar um adversário difícil e necessitado, em um campo difícil, mas nós também precisávamos ganhar e não conseguimos nos impor em nenhum momento da partida”, analisou.
‘Golpe emocional’
Milito acredita que o Atlético está abalado emocionalmente. Ele pontua que não falta esforço, mas os jogadores não conseguem produzir igual a outros momentos.
“Os jogadores tentaram, deram tudo, mas não conseguimos. Acho que futebol tem a ver muito com o estado emocional, e a equipe está golpeada. Dá o melhor que tem, mas está golpeado” disse.
“Temos que trabalhar muito nessa reta final para recuperar os jogadores emocionalmente e fisicamente, para voltar o mais rápido possível a fazer nosso jogo e dessa maneira tentar vencer. Mas esse golpe que recebemos nas últimas partidas diminui a autoestima, mas precisamos recuperar essa confiança para competir melhor”, projetou.
Chance de recuperação
O Atlético terá pouco tempo para se recuperar. O time enfrentará o Botafogo em uma prévia da final da Libertadores na quarta-feira, às 21h30, no Independência, em Belo Horizonte, pela 34ª rodada do Brasileiro. A equipe carioca lidera a competição, com 68 pontos, quatro a mais do que o vice-líder Palmeiras.
