Aos 38 anos, Mariano deixará de ser jogador do Atlético a partir do próximo ano. O lateral-direito deixou o clube em 2008, demitido por indisciplina, mas retornou para dar a volta por cima e se consagrar como ídolo alvinegro. Relembre a trajetória abaixo.
Nascido em Pernambuco e revelado em São Paulo, o lateral chegou a Minas Gerais para defender o Ipatinga, em 2007. Logo em sequência, foi adquirido pelo Tombense, que o emprestou ao Cruzeiro. Em 2008, enfim chegou ao arquirrival Atlético, também por empréstimo.
Aos 22 anos, Mariano ficou menos de três meses na primeira passagem pelo Atlético. Não porque faltava qualidade, mas por um deslize extra-campo. Acompanhado de dois outros jogadores do Galo, ele fugiu da concentração antes de um jogo contra o Palmeiras, em São Paulo, e foi demitido antes mesmo de retornar a Belo Horizonte.
Demissão por indisciplina
Em carta aberta no The Players’ Tribune, o lateral explicou: “Sempre meio retraído, de personalidade mais fechada, eu confesso que estava deslumbrado com o que o futebol me oferecia, as facilidades todas (…) Contrariando as regras da comissão técnica, eu e outros dois jogadores deixamos o hotel para curtir a cidade e voltamos só de madrugada. Eu nem joguei aquela partida. Mandaram a gente de volta para Belo Horizonte já avisando que não fazíamos mais parte do grupo. Fiquei arrasado“.
No retorno a Belo Horizonte, o trio se reuniu com a diretoria do Atlético na sede do clube, no bairro de Lourdes, e teve formalizadas as rescisões de contrato. Na saída, o lateral e os companheiros foram hostilizados e vaiados por membros da Galoucura, principal torcida organizada da instituição, e precisaram ser escoltados pela Polícia Militar de Minas Gerais.
Mariano chegou a pensar que a carreira havia chegado ao fim. Contudo, meses depois, assinou com o Fluminense e passou a ampliar seu destaque no futebol nacional. Em 2010, conquistou o Campeonato Brasileiro pelo tricolor e foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez.
Retorno ao Atlético e volta por cima
O sucesso no Fluminense abriu as portas para o lateral no futebol europeu – onde defendeu Bordeaux-FRA, Sevilla-ESP e Galatasaray-TUR. Em 2020, aos 34 anos, retornou ao Atlético para fazer parte de um elenco ambicioso e de cara conquistar o Campeonato Mineiro daquele ano.
No ano seguinte, voltou a vencer o Mineiro, mas chegou ainda mais longe. Mariano foi um dos destaques do Atlético na campanha que trouxe o Campeonato Brasileiro após 50 anos e ainda conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil.
Além das glórias que eternizaram o nome do lateral na história do Galo, 2021 foi o ano em que Mariano marcou o primeiro e único gol com a camisa alvinegra. Contra o Athletic, pelo Campeonato Mineiro, ele cobrou uma falta que parecia sem ângulo e surpreendeu o goleiro adversário, marcando o tento da vitória atleticana por 1 a 0.
No total, ele conquistou cinco vezes o Campeonato Mineiro (2020 a 2024), uma o Campeonato Brasileiro (2021), a Copa do Brasil (2021) e a Supercopa do Brasil (2021). Os títulos colocam o lateral no top 5 de jogadores com mais conquistas pelo Atlético.
Mas não são apenas as conquistas que colocam Mariano no hall de ídolos do Galo. Pela dedicação e liderança em campo, o jogador criou forte relação com a torcida alvinegra.
Após a partida contra o Athletico-PR, última do lateral pelo Atlético, ele se emocionou: “Títulos, amigos, minha relação com Belo Horizonte, Minas… Vão ficar no meu coração por tudo que eu conquistei aqui. Queria terminar a minha passagem aqui com títulos, disputamos duas finais, mas futebol é isso. Agradeço muito a Deus por tudo que conquistei aqui no Clube, acho que deixei uma história aqui no Atlético. O clube está no meu coração”.