Nas redes sociais, apreensão entre torcedores. Nos bastidores, trabalho “silencioso” do departamento de futebol e da cúpula alvinegra no recomeço da busca por um novo técnico. Após o fim das negociações com Luís Castro, o Atlético segue na procura por um comandante no mercado da bola.
O clube trabalha internamente para evitar vazamento de informações relacionadas a qualquer tipo de negociação – seja a respeito do novo treinador ou de eventuais chegadas e saídas de atletas. Desde a entrevista do diretor de futebol Victor Bagy ao fim da Série A do Campeonato Brasileiro, em 8 de dezembro, nenhum dirigente ou investidor se dirigiu aos jornalistas para abordar ao menos parte da atuação do Galo no mercado.
Nas últimas semanas, de toda forma, as conversas entre Atlético e Luís Castro vieram ao conhecimento da imprensa e, posteriormente, dos torcedores. O último sábado (21/12), no entanto, marcou o encerramento das tratativas.
De acordo com fontes do clube mineiro, o técnico português não conseguiu se desvencilhar de cláusula contratual junto ao Al-Nassr, da Arábia Saudita – o que fez com que o Galo desistisse da contratação. Por outro lado, uma fonte ligada a Luís Castro assegura que a relação com o clube saudita não representava qualquer impeditivo para o “aperto de mãos” definitivo.
Neste domingo (22/12), nenhuma das partes se posicionou sobre o tema. Procurado pela reportagem, Castro disse que não faz comentários sobre a vida profissional.
Atlético conta com CIGA para definição de novo técnico
O CIGA (Centro de Informação do Galo) segue tendo papel relevante no fornecimento de dados e análises a respeito das opções no mercado de treinadores. Coordenador de mercado do Atlético, Rodrigo Weber atua de forma conjunta com a diretoria de futebol em várias das negociações alvinegras.
Em março, o documento apresentado pelo Galo durante as conversas com o técnico Gabriel Milito veio a público. Nas páginas da apresentação, o clube detalhava premissas da identidade de jogo que espera ter a partir de um embasamento histórico, também relacionado à preferência da torcida – cenário que segue atual.
A apresentação abordava macroprincípios ofensivos e defensivos que o Atlético espera praticar dentro das quatro linhas. Os principais são: preferência por uma saída de bola curta e construção vertical; não deixar o adversário sair jogando de forma curta e constante pressão na bola; pressão pós-perda agressiva e exploração de contra-ataques a partir da recuperação da bola.
No documento, o clube tratava esses preceitos como “inegociáveis”. De toda forma, deixava abertas ao treinador vigente as dinâmicas de execução.
Por meio de complexas análises quantitativas e qualitativas, além da avaliação de viabilidade dos nomes, o CIGA oferece opções mais enquadradas ao estilo de jogo que pretende praticar. Os nomes, de toda forma, são mantigos em sigilo.
Atlético vê planejamento de elenco “prejudicado” por ausência de novo treinador
A indefinição na contratação de um novo treinador, naturalmente, prejudica o planejamento de elenco para 2025. Peças como o lateral-direito Mariano e os atacantes Alan Kardec e Eduardo Vargas, que viviam últimos dias de contrato, estavam fora dos planos e já se despediram do clube.
Outro nome com saída encaminhada é o atacante Paulinho. O Atlético optou por negociar o camisa 10 junto ao Palmeiras, por 18 milhões de euros (cerca de R$ 114 milhões) e as vindas do volante Patrick e do meio-campista Gabriel Menino. A transferência está em vias de ser concretizada.
O novo treinador do Galo terá menos tempo que a maior parte dos concorrentes da elite do futebol nacional para indicar nomes para a composição do grupo em 2025. Ainda sem novas contratações, o clube tenta “acelerar” a chegada de um comandante nos últimos dias do ano.