Renascimento, nobreza, caráter, destemor e coragem. Todas essas palavras são ligadas ao significado simbólico e cultural da figura do Galo. E são elas que inspiram o Atlético nesta terça-feira, 25 de março, data em que o clube completa 117 anos de história.
Não é como se o time precisasse ressurgir das cinzas em 2025, mas o objetivo é empilhar novas taças no cenário nacional e continental. Dominante em Minas Gerais, com seis títulos do Campeonato Mineiro nos últimos seis anos, o Atlético bateu na trave na temporada passada e quer voltar a vencer uma competição de mais peso, algo que não ocorre desde fevereiro de 2022, com a Supercopa do Brasil.
O Galo foi vice-campeão da Copa do Brasil e da Copa Libertadores no ano passado. Agora, segue na disputa do torneio nacional, além do Campeonato Brasileiro e da Copa Sul-Americana.
“Eu estou animado, acho que as contratações foram boas, se encaixaram. No futebol temos que ter técnica, e o Atlético tem. Estou animado, mas é difícil. O futebol brasileiro hoje é muito diferente do que era no passado, tem oito, 10 times muito bons. Vamos tentar ganhar? Vamos. Tem muito time? Tem. Somos favoritos? Somos, mas não sabemos o que vai dar”, afirmou Rubens Menin, sócio majoritário do clube, após a conquista do Mineiro.

A busca por fortalecer a SAF
Este é apenas o segundo ano em que o Atlético estará sob gestão dos sócios da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) em sua história, já que a venda de 75% das ações foi concluída em novembro de 2023.
O principal nome no comando do Galo segue sendo Rafael Menin, que ao lado do pai, Rubens, tem 41,8% das ações do clube. Daniel Vorcaro vem em seguida, com 20,2%; depois, Ricardo Guimarães, com 6,3%. Outros investidores se encontram no Fundo de Investimento do Galo (Figa), como Renato Salvador e Marcelo Patrus, entre outros empresários.
E é nesse grupo que o Atlético busca novos aportes. CEO do alvinegro, Bruno Muzzi faz reuniões constantes com interessados, mas ainda resta arrecadar cerca de R$ 90 milhões. De toda forma, Rubens Menin se prontificou a completar o montante previsto na compra da SAF caso não surjam novos empreendedores.
Ainda no sentido financeiro, o Galo luta contra os altos juros para reduzir a dívida, projetada em R$ 1,3 bilhão em 2025. No entanto, a tendência é que o débito só comece a ser reduzido a partir de 2028, caso não ocorram novos aportes.
Arena MRV “perfeita”?
O Atlético também sonha em ter a Arena MRV praticamente “perfeita” nesta temporada. Após sofrer com críticas por falhas no gramado e na acústica, o estádio passa por reformas e deve corrigir os principais problemas desde a inauguração.
Em relação ao campo, está sendo instalado o sintético desde o final do ano passado. A tendência é que o time dispute a primeira partida em casa em 12 de abril – quando o Atlético enfrentará o Vitória pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.
Já o problema da acústica afetou diretamente os sons emitidos pela torcida, que não chegam com clareza aos jogadores e a outras partes do estádio. Dessa forma, o clube está adicionando placas no setor sul, para que o barulho bata e retorne de forma imediata.

A Arena MRV também se tornou a casa de todos os funcionários do Galo neste ano, já que a sede administrativa do clube deixou o imóvel onde se situava, no Bairro de Lourdes, Região Sul de Belo Horizonte.
Ainda em relação às obras realizadas pelo Atlético, a associação trabalha para modernização da Vila Olímpica e no Clube Labareda, além de ajustes na Cidade do Galo e a criação do Museu do Galo.
Mirando um futuro promissor, mas ainda ameaçado pelas dívidas, o clube busca o encaixe perfeito dentro e fora de campo para ter sucesso esportivo e, assim, se tornar autossustentável.