Hulk tem uma teoria para explicar as pernas fortes e o chute potente que contribuem para os inúmeros gols marcados por ele no Galo – só nesta temporada, já são oito tentos em nove jogos.
Em uma carta para celebrar os 117 anos do Atlético, publicada nesta terça-feira (25/3), pelo site The Players’ Tribune, o jogador relembrou a infância humilde e repleta de dificuldades com a família em Campina Grande, na Paraíba.
Aos sete anos, o pequeno Givanildo Vieira de Souza começou uma rotina de trabalho para ajudar os pais, que incluia uma longa caminhada de casa até a feira, onde eles vendiam carne.
“Acordava e saía de casa antes do sol. Mas meu pai já estava na feira desde muito antes. Ele ia às 2h da madrugada pra ajeitar tudinho na banca antes de iniciar as vendas a partir das 5h, quando abria pro público”, contou Hulk.
“Como único filho homem, era meu o corre de ir lá toda manhã buscar uma moedinha de um real com ele, retornar passando na padaria pra comprar pão e levar pra casa. Tudo ligeiro, pra não perder a entrada da escola”, relembrou.
Para Hulk, essas caminhadas até a feira encarando as ladeiras do Bairro José Pinheiro resultaram nas pernas fortes que até hoje, aos 38 anos, o diferenciam como um dos atletas mais prestigiados do futebol nacional.
“Carecia de energia pra caminhar, caminhar muito, caminhar demais, todos os dias várias vezes, indo e vindo da Feira Central, onde meus pais trabalhavam. Meia hora na ida e um pouco menos na volta, quando eu pegava ladeira a favor. De criança, caminhei tanto pra Feira que isso deve ter fortalecido minhas pernas e o meu chute, vai saber…”, brincou.
Origem do apelido
Na carta ao Atlético, Hulk também contou a origem do apelido ainda na infância, que o acompanha em toda a trajetória de sucesso no futebol.
“Devo ser Hulk desde os três, quatro anos de idade, por causa de minha cisma em levantar as coisas. Não podia ver bujão de gás, mesa com cadeira, guarda-roupa, armário de pôr panela, que já queria erguer do chão. ‘Eu sou o Incrível Hulk, haaaaaa!’, eu gritava, enquanto meu pai, seu Gilvan, entrava na pilha. E aí o apelido pegou””, explicou.