Lyanco tem menos de um ano de Atlético, mas já é reconhecido por torcida e imprensa mineira como um jogador de raça, por vezes agressivo nas abordagens individuais aos adversários. Neste domingo (6/4), após expulsão do zagueiro do Atlético em empate com o São Paulo (0 a 0), no Mineirão, em Belo Horizonte, o técnico Cuca elogiou o defensor do Galo, mas também fez alerta ao jogador.
Lyanco recebeu cartão amarelo ainda no primeiro tempo do jogo pela segunda rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, após empurrar Ferreira, do São Paulo, em momento em que o duelo estava parado pela arbitragem. Por fim, no último lance do jogo, arriscou entrada mais agressiva em um oponente pelo alto. Ele acabou recebendo o segundo cartão amarelo e, consequentemente, o cartão vermelho pelo excesso de força.
Em entrevista coletiva do técnico Cuca, o jornalista Afonso Alberto elogiou as performances de Lyanco, mas teceu críticas ao temperamento do zagueiro. Veja a pergunta do profissional a seguir.
Pergunta de Afonso Alberto sobre Lyanco: “Até que ponto vai a sua participação com relação à responsabilidade de conversar com jogador tipo o Lyanco? Que tem tido grandes apresentações – hoje, inclusive, fez um grande jogo -, mas totalmente irresponsável no que diz respeito ao que vem pela frente. Faz a mesma falta dentro ou fora da área, não tem noção do que pode acontecer e toma cartões totalmente sem explicação. Hoje deu muita sorte, porque era para ter sido expulso e o Atlético ter sofrido uma penalidade, porque o Lyanco acha que pode bater em todo mundo e não tem problema”.
Cuca faz análise sobre estilo de jogo de Lyanco
Cuca se estendeu na resposta e disse concordar “em partes” com o jornalista. O experiente treinador paranaense, de 61 anos, disse enxergar o ímpeto para jogar futebol como característica inata de Lyanco e afirmou que não pretende “privar” o atleta de suas valências.
“Concordo com você, em partes. Em alguma parte não e vou tentar explicar. O Lyanco é um cara que tem a personalidade dele. Se eu vier a tirar a personalidade dele, depois, mais tarde, vou pedir para ele voltar a ser o Lyanco e, de repente, não vou conseguir mais. Então, eu tenho que ter um limite para isso aí. Hoje, ele tomou um cartão amarelo que não pode tomar. Você vai empurrar o jogador na tua frente, você vai tomar o cartão. Na mesma bola, o jogador do São Paulo deu um tapa na mão dele para ele revidar e tomar o vermelho. Por quê? Porque o jogo é assim! Você está dentro de campo, está jogando com os caras tarimbados também”, iniciou Cuca.
“E eles sabem desse problema, ‘déficit’, entre aspas, do Lyanco, de ter o sangue à flor da pele. Vão buscar em cima disso um segundo cartão para ele. Era uma temeridade grande, foi conversado no meio tempo, de não fazer mais isso. De ter o cuidado para não tomar o segundo cartão amarelo. Agora, acho que o segundo cartão amarelo, o juiz estava com o apito para terminar, e nem vou falar de arbitragem, mas não é uma falta para cartão que ele tomou. Talvez, aquela outra que você está falando, que eu não lembro qual é, tenha sido”, acrescentou.
Por fim, Cuca frisou a importância de Lyanco para o elenco do Atlético, mas pregou a necessidade de correções em relação ao comportamento em campo. “É um jogador importante para nós, um jogador muito bom. A gente tem que corrigir algumas coisas dele, mas não pode também podar a característica que tem o jogador – e sim diminuir o ímpeto dele. Isso sim”, encerrou.
Próximo jogo do Atlético
Ainda sem Lyanco como desfalque, o Atlético medirá forças com o Deportes Iquique, do Chile, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. A partida será disputada a partir das 21h30 da quinta-feira (10/4), no Mineirão, em Belo Horizonte.
