ATLÉTICO

Atlético marca entrevista coletiva para tratar das finanças da SAF; veja data

CEO do Galo, Bruno Muzzi responderá questionamentos dos jornalistas sobre questões relativas ao aspecto financeiro da SAF

O Atlético marcou para 14 de maio (quarta-feira), às 14h na Arena MRV, uma entrevista coletiva para tratar das finanças da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) alvinegra. O CEO Bruno Muzzi será o representante do clube diante dos jornalistas. 

Ainda não há detalhes se a entrevista coletiva será transmitida para os torcedores. A assessoria de comunicação divulgará essa informação na véspera da data.

A última vez em que Muzzi conversou com a imprensa sobre as finanças do Atlético ocorreu em 8 de janeiro deste ano. Na oportunidade, foi divulgado que a dívida da SAF aumentou de R$ 1,310 bilhão em 2023 para R$ 1,4 bilhão em 2024.

De toda forma, esse valor ainda não havia sido auditado. O Galo não divulgou o balanço financeiro da temporada passada até este momento, algo que será tratado na entrevista coletiva.

A situação financeira do Atlético

O Atlético luta contra os altos juros para reduzir a dívida. No ano passado, por exemplo, o débito bancário aumentou em R$ 42 milhões, passando de R$ 465 milhões para R$ 507 milhões. 

Mas o aumento geral se deve, principalmente, pelo investimento do clube na compra parcelada de jogadores no meio do ano passado. Essa quantia entra como “contas a pagar”, que teve um acréscimo de R$ 93 milhões.

Na apresentação de Muzzi aos jornalistas, o perfil da dívida líquida foi dividido em quatro – empréstimos bancários, Arena MRV, Profut e Perse e “contas a pagar” (nessa última, entram os custos de compra de jogadores parcelados).

  • Dívida bancária – aumentou de R$ 465 milhões (2023) para R$ 507 milhões (2024)
  • Dívida Arena MRV – diminuiu de R$ 486 milhões (2023) para 410 milhões (2024)
  • Dívida Profut e Perse – R$ 232 milhões (2023) para R$ 254 milhões (2024)
  • Contas a pagar – aumentou de R$ 36 milhões (2023) para R$ 129 milhões (2024)

Perfil da dívida líquida do Atlético ao longo dos últimos anos

  • 2019: R$ 747 milhões
  • 2020: R$ 1,234 bilhão
  • 2021: R$ 1,512 bilhão
  • 2022: R$ 2,011 bilhão
  • 2023: R$ 1,310 bilhão (primeiro balanço após a venda da SAF)
  • 2024: R$ 1,4 bilhão

Projeção da redução da dívida

Em outubro, a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético apresentou aos investidores uma proposta de reestruturação dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) da Arena MRV. No documento, o clube detalhou a projeção financeira até o ano de 2030, com previsão de “estagnação” da dívida por três anos até o início da redução dos débitos – e não o total encerramento dessas pendências até 2028, diferentemente do que havia estimado recentemente o principal nome da cúpula do Galo, o empresário Rubens Menin.

O documento apresenta a projeção do fluxo de caixa da SAF do Atlético até 2030. Na comunicação aos investidores dos CRIs da Arena MRV, o Galo prevê “três anos de rolagem de dívida até o clube iniciar a redução do endividamento”.

O débito, de toda maneira, passa a se reduzir em ritmo tímido de 2028 a 2030. O montante estimado para o último ano da apresentação, inclusive, é maior do que o de 2025.

O endividamento líquido do Atlético foi projetado em R$ 1,281 bilhão ao fim de 2025, R$ 1,385 bilhão ao fim de 2027 (quando em tese se iniciaria a redução das pendências) e R$ 1,316 bilhão ao fim de 2030.

A estimativa da gestão alvinegra levou em consideração uma taxa Selic de 12% em 2025, com queda de 0,5 pontos percentuais ao ano até 2030 – chegando aos 9,5% no último ano do projeto.

Em contato com fontes ligadas ao Atlético, o No Ataque apurou que esta é uma projeção “conservadora” por parte do clube, desconsiderando a possibilidade de um fato novo que injete dinheiro nas finanças da SAF.

Em caso de novos aportes no clube-empresa – seja por parte dos investidores que ditam os rumos do Galo ou da abertura de capital na bolsa de valores, por exemplo -, a tendência seria de uma redução mais acelerada deste endividamento.

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