
Em conversas avançadas com o Atlético, o atacante Dudu pode ter um problema caso acerte com o clube. Crítico dos gramados sintéticos, o jogador de 33 anos terá que se readaptar ao novo campo da Arena MRV.
A casa do Galo finaliza os últimos detalhes para ter o sintético. A expectativa é que o time já atue no estádio em 11 de maio (domingo), às 17h30, contra o Fluminense, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.
Com isso, Dudu terá que voltar a jogar em um tipo de gramado que não o agrada mais. Prova disso é que alegou ter se lesionado no Allianz Parque em ação de indenização promovida por Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
“De fato, a lesão do Réu/Reconvinte (Dudu) gerou mal-estar, pois evidenciou a falta de fiscalização por parte da Autora (Leila), na sua condição de dirigente do Palmeiras, em relação às condições do Estádio Allianz, que, até então, havia sido palco de diversos acidentes com jogadores devido ao gramado sintético. (…) O Réu/Reconvinte devido a gravidade do acidente submeteu cirurgia no joelho e somente retornou aos treinos em maio de 2024”, escreveu a advogada do jogador, que ficou parado por 10 meses devido à lesão.

Manifesto contra os gramados sintéticos
Uma outra reclamação de Dudu ocorreu em 18 de fevereiro deste ano com o movimento de alguns jogadores do futebol brasileiro contra a grama sintética. Ele utilizou o Instagram para se manifestar contra os gramados que não são naturais.
“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. Com o tamanho e representatividade do nosso esporte, esse debate nem deveria existir. Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Futebol é natural, não sintético! #NãoAoGramadoSintético”, publicou, à época.
No entanto, ao deixar o Cruzeiro, Dudu apagou esse post e outros em que aparecia com a camisa do maior rival do Atlético. Enquanto defendia o clube celeste, o atacante também fez críticas ao gramado sintético e explicou por que deixou de gostar do modelo de campo.
Veja, abaixo, as declarações do atleta sobre o tema em 2025:
As críticas públicas de Dudu aos gramados sintéticos
“Quando eu estava no Palmeiras eu gostava de jogar na grama sintética. É igual a você: tem um carro, Deus o livre e o guarde, vai daqui para o interior, bate e capota o carro, você vai querer trocar esse carro, não vai querer? Eu machuquei meu joelho e fiquei um ano sem jogar futebol. Eu acho que a grama sintética teve um pouco de ajuda para isso acontecer”.
“Mas infelizmente os times que utilizam o gramado sintético vão falar que não atrapalha, que não tem nada a ver, mas tem. Então eu sei o que é jogar na grama sintética e o que é jogar na grama normal. Não falei uma coisa para ir contra o Palmeiras, contra quem quer que seja. Eu falei o que sinto e sempre vou falar o que sinto no meu coração, estando no Cruzeiro, no Palmeiras ou em qualquer outro lugar.”
“Claro que você vai machucar mais em grama natural do que em grama sintética, pois tem mais gramado natural do que sintético. Joguei bastante tempo na grama sintética. Ela é boa, é legal para o time da casa, é legal que o jogo fica mais rápido, mas tem outros aspectos. Acho que 85% da minha lesão foi por grama sintética. Acho que com grama natural eu não teria machucado”.
“Fiquei um ano parado. Só quem machuca o joelho sabe como é o sacrifício que é para voltar a ser competitivo, voltar ao nível físico. É dolorido. Falam que você fica recebendo salário sem jogar, mas jogador de futebol gosta de futebol, gosta de estar em campo. Eu gosto de estar dentro de campo, seja no treino ou no jogo”.
“Quem tem grana sintética vai defender, e quem não tem grama sintética vai falar que é ruim. Não é questão de ser ruim. Joguei bastante tempo e sei que quem vai jogar contra os times de grama sintética sofre. A velocidade do jogo é outra. O passe precisa ser outro, o quique da bola é outro. Falei isso porque eu conheço. Não foi para afrontar o Palmeiras, clube que eu tenho muito respeito e sou grato”.