O Atlético estreou, nesse domingo (11/5), a nova acústica da Arena MRV na vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Mas como os jogadores avaliaram os sons vindos das arquibancadas?
Apesar de não falar por todo o elenco, o meia Gustavo Scarpa revelou que alguns companheiros apontaram maior “harmonia” entre os cantos da torcida. O próprio camisa 6 avalia da mesma forma.
“Os caras até comentaram comigo que os gritos estavam mais em harmonia, porque os dois lados estavam se ouvindo. Acho que melhorou um pouco. Eu vou conseguir ter uma noção maior com o passar de uns cinco jogos, mas é legal voltar aqui na Arena. Espero que isso nos ajude de alguma forma e tenha algum impacto positivo na nossa caminhada desse ano”, disse, na zona mista.
Scarpa atuou durante os 90 minutos diante do Fluminense. O meia tem dois gols e cinco assistências na temporada.
A percepção dos torcedores e dos jornalistas
O que a reportagem do NA pôde observar, desde os momentos que antecederam o duelo entre Atlético e Fluminense, na tarde desse domingo (11/5), foi uma mudança significativa no alcance do som dentro da casa do Galo.
As letras das canções eram facilmente identificáveis, e as músicas eram cantadas de forma mais uniforme e uníssona pela torcida alvinegra. O barulho, sem dúvidas, está mais alto. A avaliação de No Ataque foi, inclusive, reforçada por torcedores – tanto nas redes sociais como nos arredores do estádio.
O NA questionou três torcedores do Atlético sobre a “nova acústica” da Arena MRV após a vitória sobre o Fluminense, por 3 a 2. Eles foram unânimes ao avaliar positivamente a reforma no projeto acústico do estádio. A seguir, leia as respostas.
- Gustavo, 35 anos, profissional de marketing: “Sim (notei diferença na acústica). Hoje estava mais nítido o que vinha do Setor Sul. Estava propagando melhor para os outros setores. Foi visível a melhora, mesmo com o estádio vazio.”
- Sidney Júnior, 35 anos, sonoplasta: “Muito melhor (a acústica). O som na Arena MRV reverberou muito melhor para nós. Teve um calor acima da média! É o que a gente esperava desde o início.”
- Rodrigo, 42 anos, assistente logístico: “Muito (melhor). A melhora foi de praticamente 100%. Eu e meu menino dentro do estádio notamos a diferença, o som chegando em nós com mais potência. Foi muito bacana, muito bacana mesmo a melhora.”
O que mudou na acústica?
No primeiro “ano e meio” de Arena MRV, o que poderia ser facilmente observado nas arquibancadas incomodava parcela significativa da torcida do Atlético. Cânticos dissonantes e descoordenados entre diferentes setores do estádio, dificuldade de propagação das músicas das principais organizadas e até mesmo na identificação das letras dessas canções distanciavam o estádio do conceito de “caldeirão”, tão popular no mundo do futebol.
Ciente das falhas no projeto acústico, o Galo promoveu uma série de estudos para entender a origem do problema e solucioná-lo. A princípio, o clube identificou que os pequenos furos na cobertura Arena MRV, somados à ação da lã de rocha instalada no local (absorção dos ruídos) – para atender às exigências relacionadas à legislação no que diz respeito à sonoridade -, causavam a pouca reverberação do barulho nas arquibancadas.
Para corrigir a falha, o Atlético optou por instalar placas de ACM (Material Composto de Alumínio, na tradução da sigla para o português) na cobertura do setor Inter Sul do estádio.
Conforme apurado por No Ataque ainda no começo deste ano, a gestão alvinegra chegou à conclusão, por meio dos estudos que promoveu, de que a colocação dessas peças “somente” nesta região seria suficiente para promover “impacto suficiente” no projeto acústico.