NO ATAQUE COM LYANCO

Lyanco revela dificuldade com Milito, mas exalta ex-técnico do Atlético: ‘Entendia muito’

Lyanco foi comandado por Gabriel Milito em 23 jogos no Atlético; treinador argentino ficou marcado por decepções no Galo

Depois de passar sete temporadas no futebol internacional, o zagueiro Lyanco se readaptou ao Brasil sob o comando do argentino Gabriel Milito, no Atlético, a partir da metade de 2024. Em entrevista exclusiva ao No Ataque, o jogador revelou ter enfrentado dificuldade durante o período em que foi comandado pelo profissional no Galo, mas exaltou o trabalho do treinador: “Entendia muito”.

Lyanco foi contratado pelo Atlético em julho de 2024, junto ao Southampton, da Inglaterra, em operação de quase R$ 30 milhões. Na primeira temporada no retorno à terra natal, o defensor disputou 24 jogos – 23 deles sob o comando de Milito, e a maioria como uma espécie de terceiro zagueiro pela direita.

“Quando eu cheguei, tive que me adaptar à forma de jogar no Brasil, à forma de jogar que o treinador pedia. As oportunidades que eu tive ali na Libertadores… Meu primeiro jogo como titular com ele foi pela Libertadores, contra o Fluminense. A gente tinha que ganhar em casa, ganhamos de 2 a 0”, iniciou Lyanco ao NA.

“Eu fui como lateral-direito mesmo. Para ele mesmo, eu já tinha deixado claro: ‘Pô, quero jogar, quero ajudar. Mas não é a minha’. Não era ali que eu queria (risos). Mas eu queria jogar, tinha acabado de chegar. Precisava de ritmo, precisava jogar. Quis ajudar, e eu fui conseguindo isso”, prosseguiu.

Vídeo: Lyanco fala sobre Milito

Lyanco teve de adaptar o estilo de jogo para se encaixar melhor na função requisitada pelo argentino. O sérvio-brasileiro enfrentou dificuldades de adaptação, mas elogiou o dia a dia de Milito na Cidade do Galo.

“Não era minha posição, não era minha forma de acostumar a jogar. Posições de corpo, posicionamento, tudo isso muda muito. É muito diferente. Às vezes, na minha posição, você pega o cara mais 9, aquele cara que gosta mais do corpo, que só gira para finalizar. Eu de lateral estava pegando os pontinhas mais rápidos dos times. São coisas diferentes. Você tem que viver o jogo ali”, analisou.

“Conseguimos ir bem. Nem deu meu primeiro ano ainda no clube. (…) Esse período Milito que eu tive, para mim, foi muito bom. Até como trabalhar com ele mesmo, assim. Um cara que todo mundo gostava aqui. Entendia muito. Dava para entender o que ele pedia”, continuou.

O que deu errado com Milito?

A reta final de Milito pelo Atlético foi melancólica. O argentino se despediu do Galo após perder as finais da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, com o time alvinegro brigando contra o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro.

“Eu acho que, no início, ele chegou forte aqui nos jogos e tudo. Depois, acho que os outros times foram pegando o jeito de como ele gostava de jogar. Eu acho que foi batendo de frente. Não peguei esse início. Já peguei essa reta final”, relembrou Lyanco.

“Mas um treinador que consegue chegar em uma final de Copa do Brasil, final de Libertadores, acho que não tem muito o que falar também. Lógico que devem ter acontecido erros antes de eu chegar, como aconteceram alguns. Escolhas ou algo que ele poderia ter feito de diferente, mas acho que não tem como falar de um cara que conseguiu levar um clube em duas finais de campeonatos muito importantes”, seguiu.

“Dele (Milito) eu não tenho o que falar. Trabalhei pouco, mas o que eu trabalhei deu para ver o quanto o cara era profissional. Como eu falei: chegar em duas finais importantes assim, acho que não tem muito o que falar dele”, elogiou Lyanco.

Milito treinou o Atlético entre março e dezembro de 2024 - (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Milito treinou o Atlético entre março e dezembro de 2024(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Gabriel Milito no Atlético

Ao todo, Gabriel Milito comandou o Atlético em 62 jogos, com 23 vitórias, 20 empates e 19 derrotas (47,8% de aproveitamento). Entre altos e baixos, o argentino levou o Galo aos vice-campeonatos da Copa do Brasil e da Copa Libertadores em 2024, mas deixou o clube em briga contra o rebaixamento à Série B.

O trabalho de Milito em Belo Horizonte “perdeu fôlego” na reta final. Foram 12 jogos sem vitórias em meio ao período que englobou as decisões nos mata-matas, com oito derrotas e quatro empates neste recorte.

Atualmente, o argentino comanda o Chivas Guadalajara, do México. A estreia de Milito no novo clube ocorrerá em 19 de julho, a partir das 22h (de Brasília), contra o León, pelo Campeonato Mexicano.

Compartilhe