
O comentarista Paulo Massini disse, durante programação no Canal UOL, que a situação financeira do Atlético é delicada. O Galo alega ter dívida de R$ 1,369 bilhão, enquanto outros grupos independentes calculam um valor ainda maior. O Relatório Convocados 2025, por exemplo, estima em R$ 2,304 bilhões o débito alvinegro.
“O Galo está encalacrado (…). Que coisa impressionante, os Menin terão que meter dinheiro porque a coisa está complicada”, disse Paulo Massini, ao ler as projeções do Relatório Convocados 2025, que estima que o Atlético levaria 22,5 anos para pagar seus débitos caso destinasse 20% da sua receita anual para abater a dívida.
O jornalista Rodrigo Mattos também demonstrou preocupação: “A gente falou que a maior dívida é a do Corinthians, mas o maior problema é do Atlético, porque ele tem receita menor que o Corinthians, por isso levaria mais tempo para pagar as dívidas”, citou.
O Corinthians tem a maior dívida do futebol braileiro, com R$ 2,343 bilhões, de acordo com o Relatório Convocados 2025
“O Atlético tem um sócio colocando dinheiro, só que também está se tornando meio inviável, porque tem uma despesa financeira muito alta”, afirmou Mattos.
Posição do Atlético
Em entrevista coletiva no último sábado (7/6), Rafael Menin, um dos gestores da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) alvinegra, justificou a divergência entre os números da dívida. Ele citou outros dois valores na resposta: o de R$ 1,814 bilhão, apresentado pelo portal ge.globo; e o de R$ 2,304 bilhões, apontado no Relatório Convocados 2025, do economista Cesar Grafietti.
“Em relação à dívida, o primeiro pedaço é a dívida onerosa, o que a gente deve aos bancos e o que foi constituído para finalizar a Arena MRV, isso dá mais ou menos R$ 900 milhões. Além disso, temos uma dívida com o Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), de impostos, de décadas. Assinamos um termo com o governo, todos os clubes brasileiros assinaram, que dá R$ 350 milhões. Já pagamos dezenas de milhões pelos jogadores que compramos ao longo dos anos, ainda falta R$ 200 milhões. Somando, chegamos ao R$ 1,4 bilhão”, iniciou o investidor do Galo.
Rafael, então, justificou de forma sucinta o valor apresentado pelo ge: “R$ 1,8 bilhão foi desconsiderado o que temos a receber de outros clubes. Quando vendemos o Paulinho, o Palmeiras vai nos pagar em três anos, então essas parcelas foram desconsideradas”.
“E temos o último pedaço que são as parcelas antecipadas, que é o relatório de R$ 2,3 bilhões. Fizemos a Arena com a venda dos camarotes, venda das cadeiras e os naming rights, isso deu mais ou menos R$ 500 milhões. Não significa que devemos isso a alguém, mas contabilmente fica em uma linha de passivo. Não devo dinheiro ao torcedor, antecipei uma renda que ele pagou para usar por 10, 15 anos. Ele (relatório) considera esse adiantamento. Naming rights Arena MRV foram adiantados de 12, 13 anos para construir a Arena. Contabilmente, fica numa linha de passivo, mas não devo isso pra ninguém””, prosseguiu.
“O que acontece é que, em vez de eu ter capacidade de vencer 45 mil ingressos, tenho a capacidade de vender 36 mil ingressos, 38 mil, porque os outros já foram comercializados de forma adiantada”, encerrou Rafael Menin.
